O arquipélago de Fernando de Noronha enfrenta
uma epidemia de dengue. Este ano, foram confirmados 34 casos da doença,
enquanto no mesmo período do ano passado foram apenas 2 pacientes com dengue.
Os dados representam um crescimento de 1700% de infectados, de acordo com a
Vigilância em Saúde do distrito. Os registros de casos suspeitos também
dispararam: enquanto em 2014 foram 6 notificações, até a sexta-feira (22)
passada 160 pessoas estavam sob investigação, um crescimento de 2667%.
De acordo com o Ministério da Saúde, a
incidência da dengue em Fernando de Noronha é de 1074,9 casos
por 100 mil habitantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera
que há epidemia quando um local registra ao menos 300 casos a cada 100 mil
habitantes.
O governo local acredita que entre os motivos
para o avanço da doença está o grande fluxo de turistas de São Paulo que
visitam Noronha. “É possível que alguns desses visitantes cheguem à ilha
infectados. Eles são picados pelo mosquito e a doença se propaga entre os
nativos”, falou a coordenadora em Saúde do distrito, Fátima Souza. O inverno
rigoroso e a água indevidamente acumulada nas ruas e quintais também favorecem
a multiplicação do Aedes aegypti.
Os casos de dengue estão sendo acompanhados
pela equipe do Hospital São Lucas, o único da ilha -- que fica a 300
quilômetros de Natal e a 545 km do Recife. Para o tratamento, o protocolo é o
mesmo aplicado em outros locais do Brasil: hidratação e remédio de combate à
febre. Nem os profissionais do setor escapam. A farmacêutica Ingrid Miranda,
que trabalha na unidade de saúde, foi diagnosticada como paciente de dengue.
“Eu tive dores de cabeça e no pescoço, febre e as articulações incharam. Os
médicos suspeitaram de dengue, zika e até chikungunya, mas o resultado foi
mesmo dengue. Eu estive doente na semana passada, mas ainda sinto dores
até hoje” falou.
A professora Erika de Albuquerque teve a
dengue em uma forma mais leve. “Eu tive dores nas articulações, muita coceira e
o corpo todo pintado de vermelho. Foram três dias com os sintomas, e achei que
era uma alergia, porque não tenho ideia sobre onde peguei”, disse.
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