O número de casos registrados de dengue aumentou
mais de 400% no primeiro trimestre em Pernambuco e a procura das pessoas por
hospitais, em vez de Unidades Básicas de Saúde, tem dificultado o trabalho de
prevenção dos agentes.
Metade dos pacientes está com suspeita de dengue na
emergência lotada do Hospital Geral de Areias, no Recife, em Pernambuco.
David, de 10 anos, acordou com febre e dores no
corpo. A mãe do menino não teve dúvidas em levá-lo para a emergência do
hospital. “Porque achei que aqui, ele faria os exames e ficaria melhor”, diz
Maria José.
Segundo a Secretaria de Saúde, a triagem e o
primeiro atendimento das pessoas com os sintomas da dengue devem ser feitos nas
Unidades de Básicas de Saúde, que ficam mais perto das casas dos pacientes.
“As ações que são realizadas pelo município são
direcionadas pela ocorrência de casos. Se os pacientes não procuram a unidade
de saúde, eu não vou saber onde está ocorrendo, então isso pode dificultar as
ações nos municípios”, diz Claudenice Pontes, coordenadora do Programa de
Prevenção à Dengue.
A superlotação das emergências é outro agravante do
problema. Dos 400 atendimentos feitos por dia no hospital de Areias, 200 são de
casos suspeitos de dengue.
Nos três primeiros meses deste ano, foram
registrados 18.431 casos de dengue em Pernambuco, aumento de 423,91% em relação
ao mesmo período do ano passado. Os números são preocupantes, mas a situação
pode ficar pior.
De acordo com o índice de infestação da Secretaria
de Saúde, que leva em conta a quantidade de focos do mosquito nos imóveis, 83
municípios de Pernambuco podem enfrentar um surto de dengue.
Este ano, o Ministério da Saúde já recebeu a
notificação de 460 mil casos da doença. O forte calor aumentou a velocidade de
reprodução do mosquito, o aedes aegypti. Em 30 dias de vida, cada mosquito dá
origem a outros 400.
Dos 460 mil casos notificados em todo o país, pouco
mais da metade está em São Paulo. A Prefeitura da capital paulista apelou para
o Exército na batalha contra a doença. Cinquenta militares irão ajudar os
agentes de saúde a combater os criadouros do mosquito.
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