O corante extraído da raiz da cúrcuma, também
conhecida como açafrão da Índia, pode ajudar a eliminar as larvas do mosquito
transmissor da dengue, Aedes aegypti,
nos criadouros, concluiu uma pesquisa conduzida por cientistas brasileiros.
Os pesquisadores descobriram que o extrato
possui propriedades fotodinâmicas naturais capazes de elevar a vulnerabilidade
das larvas à luz e eliminá-las.
A investigação foi divulgada nesta semana
pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), entidade
pública que financiou o projeto.
O composto extraído da cúrcuma (Curcuma longa
L.) foi testado com sucesso para eliminar as larvas do Aedes aegypti em um experimento em São Carlos (SP) pelos
especialistas do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (Cenop).
"A curcumina, uma das substâncias que
conferem a cor alaranjada ao açafrão da Índia, possui propriedades
fotodinâmicas naturais que permitem que, com a exposição à luz, induzam a
produção de espécies reativas de oxigênio, que são altamente tóxicas",
explicou Vanderlei Bagnato, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) e
coordenador do projeto.
O especialista explicou que as larvas do mosquito
são muito sensíveis aos efeitos fotodinâmicos e que o corante se acumula no
intestino do inseto após ser ingerido com a água onde o mosquito se reproduz.
Quando a substância é ativada pela luz, induz à produção de moléculas que
prejudicam de forma fatal os tecidos do aparelho digestivo dos mosquitos.
Os experimentos para provar a eficácia do
extrato no combate à dengue até agora se limitaram ao laboratório. No entanto,
o que já foi feito comprovou o efeito do tratamento fotodinâmico com o uso de
luz solar, com o uso da luz branca comum e com luzes LED.
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