Os casos de dengue ainda não vêm assustando a
população sul-mato-grossense neste verão, quando muitos pensavam que poderia
ocorrer uma epidemia por conta da entrada do vírus tipo 4. Até agora a
Secretaria de Estado de Saúde registrou 201 notificações nos municípios
prioritários para vigilância, controle e monitoramento da dengue.
No entanto, para o médico infectologista da Fiocruz
Rivaldo Venâncio, o caso não é tão simples assim. “Não se sabe se o vírus tipo
4 já entrou no Estado, porque demora um certo tempo para se manifestar, mas por
enquanto não há suspeitas. Mas é indiscutível, o vírus vai chegar. É só questão
de tempo”, alerta. A chegada do vírus deve-se ao trânsito de pessoas de um
estado para o outro.
Ele explica que o vírus tipo 4 não é mais perigoso
ou letal em relação às outras variações (1, 2 e 3). Os sintomas são idênticos,
como dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, febre, diarreia e
vômito.
O sorotipo tipo 4 não circulava há pelo menos 28 anos
no Brasil e a maioria da população não teve contato com ele, por isso está
desprotegida. Quando uma pessoa contrai um tipo de dengue cria imunidade a esse
vírus, porém pode ser infectado pelos outros tipos. Por exemplo, quem teve
dengue tipo 1, pode ter dengue tipo 2, 3 ou 4. A cada vez que um indivíduo é
infectado, maior a possibilidade de contrair a forma grave, como dengue
hemorrágica.
Um levantamento do Ministério da Saúde revelou que
a maioria das vítimas de dengue no país é infectada pelo tipo 1. Das 1856
amostras de sangue analisadas pela pasta, 81,8% deram positivo para esse
sorotipo. A dengue 4 apareceu em 5,4% das análises, apenas para os estados de
Roraima, do Amazonas e do Pará.
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