A secretaria de Estado da Saúde Pública
(Sesap) contabiliza somente esse ano, 531 caso suspeita de dengue em todo Rio
Grande do Norte. O número, se comparado com o ano passado, é baixo. Porém, até
o momento, um outro dado chama mais atenção: cinco pacientes morreram e a
doença viral pode ser a causa das mortes. A última suspeita foi registrada
sábado passado, em Tibau do Sul. Um português de 48 anos, com sintomas da
doença, faleceu após ser atendido no hospital da cidade. A subnotificação e a
falta de estrutura nos municípios preocupam a Sesap.
Os números fazem parte da quinta semana
epidemiológica que foi encerrada no dia 4 desse mês. Os dados da sexta e sétima
semanas ainda não foram computados pela secretaria. No mesmo período do ano
passado, a Sesap contabilizou 2.155 notificações e cinco suspeitas de óbitos.
Esse ano, já foram anotados seis óbitos com um caso descartado. "Apesar do
número de notificações ter caído, o número de óbitos suspeitos permanece o
mesmo, quer dizer, é preocupante. Isso mostra que há subnotificação. Quando
chega a informação, já é com casos graves", disse Juliana Araújo,
subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesap.
Segundo Juliana, na semana passada foi realizada uma reunião com todos os secretários municipais de Saúde do Estado. No encontro, foi explicado que esse ano há um risco de epidemia da doença. A subcoordenadora pontuou ainda sobre a importância de enviar os dados para a Sesap. "A falta de repasse das informações é um problema que, infelizmente, se repete esse ano. Sem os dados não temos como elaborar planos de combate à doença. O profissional de saúde precisa ficar atento", disse. "Sabemos que falta estrutura de vigilância nos municípios e, na maioria das vezes, um único profissional fica sobrecarregado, porém, é preciso atenção", completou.
A dengue sempre é associada aos períodos de chuva. Erroneamente, imagina-se que o mosquito Aedes aegypti só se prolifera em períodos chuvosos. "Pensar assim é errado. Infelizmente, no Rio Grande do Norte, é possível que haja dengue durante todo ano. Os terrenos baldios são grandes vilões de todos nós. É preciso atenção e combate ao mosquito durante todos os meses", alertou Lúcia de Fátima, técnica da equipe de Vigilância Epidemiológica da Sesap.
"Podemos confirmar que mais de 90% dos
focos do mosquito são encontrados em residências. As pessoas sabem como agir,
sabem o que deve fazer, mas, não sei por qual motivo, não agem corretamente. A
vigilância diária deve ser realizada dentro de casa, primeiramente", disse
Juliana Araújo. Além das notificações e óbitos suspeitos da dengue, a Sesap
confirmou também a circulação do vírus tipo 4 da doença nos municípios de
Caicó, Alexandria e Guamaré.
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