Familiares do empresário português Jorge Manuel da Conceição Lopes estão
desesperados. Além da dor devido ao falecimento inesperado ocorrido no último
sábado, eles sofrem com a burocracia para conseguir autorização e liberação do
corpo que está sendo velado num centro de velório da capital desde o último
domingo. "Estão agindo de má fé com a gente. Não é possível que isso
aconteça só por causa de um carnaval", disse o pai de Jorge, o aposentado
Armando Lopes, 79 anos.
A causa da morte, de acordo com o laudo médico, foi "hemorragia do trato gastrointestinal, anemia e cardiopatia hipertensiva". Há suspeita de dengue hemorrágica que será analisada. Segundo Maria Sueli, namorada de Jorge, ele começou a passar mal no sábado de carnaval e foi atendido no hospital de Tibau do Sul, onde residia há mais de dois anos. "Ele vomitou muito e teve diarreia. Fomos para o hospital e ele foi atendido, mas, infelizmente, faleceu", contou.
Jorge Manuel tinha 48 anos e era empresário. Os pais e um tio dele vieram da cidade de Pombal, em Portugal, para realizar o translado do corpo. Eles imaginavam que o processo fosse rápido e iriam voltar ainda essa semana ao país de origem, porém, não foi o que aconteceu. "Chegamos domingo e até agora não sabemos quando vamos voltar com meu filho. Estou muito triste com o Brasil. Nunca imaginei que isso fosse acontecer", disse Maria da Conceição, 79 anos, mãe de Jorge.
Segundo um funcionário da funerária onde Jorge é velado, os trâmites para conseguir a documentação e liberação para o translado de corpos de estrangeiros é burocrático. Dependendo do país, a espera pode durar mais de trinta dias. Além de certidão de óbito, é preciso autorização da Polícia Federal, Receita Federal, Polícia Civil, Vigilância Sanitária, Itep e a embaixada do país do estrangeiro precisa ser consultada. A Embaixada de Portugal mais próxima de Natal fica em Recife/PE. "Ainda não sabemos quando seremos recebidos por lá. É muita burocracia e o carnaval atrapalhou ainda mais. É um absurdo que nada funcione no país por causa da festa. Precisam fazer algo para resolver isso", disse Sueli.
O cônsul de Portugal no Brasil, Francisco Lamir, que mora em Natal, foi procurado pela família de Jorge e uma reunião está agendada para manhã de hoje. A reportagem tentou contato com Lamir, mas as ligações não foram atendidas.
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