Quando do ressurgimento da dengue nos fins dos anos 90 do século passado, início dos anos 2000, a população era alertada a respeito do perigo representado pela existência de águas paradas, limpas, onde o Aedes aegypti depositaria seus ovos 500 por fêmea, com a consequente multiplicação do mosquito em nosso meio. E, com a multiplicação do número do Aedes, a população passava a correr o risco de ser vítima, não só da dengue, mas também da febre amarela, esta última, de origem viral diferente tendo como vetor o próprio Aedes. Pois bem, com o passar do tempo o mosquito, como outros insetos e seres, foram se adaptando às condições do meio ambiente. Assim, naqueles locais onde não encontrava água limpa parada, passou a servir-se mesmo água suja. A mesma adaptação, como resistência, se deu em relação ao inseticida utilizado para combatê-lo.
Resistente aos inseticidas, conseguindo se multiplicar em águas turvas, barrentas, era tudo o que o Aedes aegypti necessitava para a sua reprodução. Mas o meio propício para a sua procriação foi sendo ampliado. Agora, pesquisadores acabam de descobrir que o mosquito adaptou-se, mais ou menos, em meios que, em princípio, lhes seriam adversos.
Foram encontradas larvas do mosquito em águas salgadas, em resíduos de óleo combustível, de cal e em latas de tintas. “Segundo a pesquisadora da SUCEN Marylene de Brito, “Dos 1.325 pontos com larvas do Aedes aegypti analisados, 323 estavam em algum tipo de salinidade ou de outros tipos de produtos químicos”, além do sal. A pesquisadora afirmou que “o mosquito está evoluindo", ou seja, está se adaptando aos meios que antes lhe eram inadequados.
Foi detectada a presença de larvas em meio aquoso "com até 13 gramas de sal por litro, enquanto que a água do mar apresenta concentração de 33g por litro". Em princípio, tal concentração pelo menos por enquanto é imprópria para o desenvolvimento do Aedes. Outra novidade é que pesquisadores, trabalhando com animais de laboratório submetidos à ação de mosquitos contaminados, constataram que alguns deles apresentaram, ao final, dois tipos de vírus diferentes, isto é, a dengue agora possível em 2 por 1 -, em dose dupla. Esses dados são extremamente preocupantes podendo levar à dengue hemorrágica e à morte, caso não haja pronto atendimento e diagnóstico correto.
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