O anúncio do Ministério da Saúde sobre fim da Emergência Nacional em Saúde Pública por zika e microcefalia no Brasil, não foi recebido com unanimidade por especialistas do país. A decisão, notificada à Organização Mundial de Saúde (OMS) um ano depois do surto de casos que colocou o país em alerta, foi atribuída principalmente à diminuição dos casos de zika e microcefalia em todo o país. A notícia foi criticada por estudiosos da área, que cobram ações efetivas contra os determinantes das doenças — como a falta de saneamento —, e maiores investimentos em vacinas. além de temer o abandono das pessoas atingidas pelos vírus.
Além da diminuição do número de casos, o governo argumentou que, neste momento, o Brasil não preenche mais os requisitos exigidos para manter o estado de emergência. Um dos quatro pontos da avaliação de risco da OMS é que o evento seja considerado incomum ou inesperado, o que não ocorre mais, visto que já há conhecimento científico suficiente que comprove a relação do zika e as alterações neurológicas.
O médico e epidemiologista Gustavo Bretas, integrante da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), em artigo de opinião publicado pelo jornal O Globo (17/5), foi um dos que criticaram a extinção do estado de emergência. Para ele, “a emergência deve ser mantida e expandida visando a buscar alternativas concretas para proteger a população de agravos decorrentes da falta de saneamento básico e de uma política avançada de desenvolvimento de vacinas”.
Pesquisadora e professora da Universidade de Brasília (UnB), a antropóloga Debora Diniz foi outra voz que se pronunciou contra a medida, sua preocupação com mulheres e crianças afetadas pelo vírus da zika, que segundo ela continuam desprotegidas das políticas sociais. “O fim da emergência as abandonará ainda mais. Serão esquecidas como vítimas de uma fatalidade que passou. Não passou. O mosquito ainda está lá. E as mulheres estão à espera das políticas prometidas”, alertou a pesquisadora.
Mesmo concordando que a situação não obedece mais aos critérios técnicos de emergência pública, Carlos Brito, professor de medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) classificou o momento como “preocupante”, prevendo novas epidemias de zika nos próximos anos. Para ele, a diminuição do número de casos se deve muito mais à sazonalidade do vírus do que à implantação de medidas preventivas efetivas no país. Ele alertou, ainda, que 50% dos brasileiros podem estar suscetíveis à infecção por zika.
Em 2017, foram confirmados 230 novos casos de microcefalia e 2.837 casos suspeitos continuam sob investigação. Ao todo, desde o início da emergência em saúde, em novembro de 2015, o Ministério da Saúde recebeu 13.490 notificações de casos suspeitos de microcefalia, dos quais 2.653 foram confirmados.
Além da diminuição do número de casos, o governo argumentou que, neste momento, o Brasil não preenche mais os requisitos exigidos para manter o estado de emergência. Um dos quatro pontos da avaliação de risco da OMS é que o evento seja considerado incomum ou inesperado, o que não ocorre mais, visto que já há conhecimento científico suficiente que comprove a relação do zika e as alterações neurológicas.
O médico e epidemiologista Gustavo Bretas, integrante da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), em artigo de opinião publicado pelo jornal O Globo (17/5), foi um dos que criticaram a extinção do estado de emergência. Para ele, “a emergência deve ser mantida e expandida visando a buscar alternativas concretas para proteger a população de agravos decorrentes da falta de saneamento básico e de uma política avançada de desenvolvimento de vacinas”.
Pesquisadora e professora da Universidade de Brasília (UnB), a antropóloga Debora Diniz foi outra voz que se pronunciou contra a medida, sua preocupação com mulheres e crianças afetadas pelo vírus da zika, que segundo ela continuam desprotegidas das políticas sociais. “O fim da emergência as abandonará ainda mais. Serão esquecidas como vítimas de uma fatalidade que passou. Não passou. O mosquito ainda está lá. E as mulheres estão à espera das políticas prometidas”, alertou a pesquisadora.
Mesmo concordando que a situação não obedece mais aos critérios técnicos de emergência pública, Carlos Brito, professor de medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) classificou o momento como “preocupante”, prevendo novas epidemias de zika nos próximos anos. Para ele, a diminuição do número de casos se deve muito mais à sazonalidade do vírus do que à implantação de medidas preventivas efetivas no país. Ele alertou, ainda, que 50% dos brasileiros podem estar suscetíveis à infecção por zika.
Em 2017, foram confirmados 230 novos casos de microcefalia e 2.837 casos suspeitos continuam sob investigação. Ao todo, desde o início da emergência em saúde, em novembro de 2015, o Ministério da Saúde recebeu 13.490 notificações de casos suspeitos de microcefalia, dos quais 2.653 foram confirmados.
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