Após 20 anos de pesquisas, em novembro, o
laboratório Sanofi Pasteur concluiu um estudo clínico para a produção de uma
vacina contra a dengue. Testes da vacina já apresentam resultados promissores:
uma redução global de 60,8% dos casos da doença em crianças e adolescentes de 9
a 16 anos. Segundo o laboratório, a vacina também evitou que 80,3% das pessoas
precisassem ser hospitalizadas. Hoje, em todo o mundo, não há nenhuma maneira
de prevenir a dengue.
De acordo com a gerente do departamento médico da
Sanofi Pasteur, Sheila Homsami, a pesquisa também apontou para uma redução de
95,5% nos casos graves (dengue hemorrágica), ou seja, em cada dez pessoas, nove
foram protegidas contra a doença.
Muito difícil fazer uma vacina contra a dengue,
porque são quatro sorotipos diferentes. A única que chegou até este estágio
mais avançado fomos nós. Agora já podemos dizer que a dengue pode ser prevenida
por vacina. Isso é inédito.
A pesquisa foi realizada entre junho de 2011 e abril
de 2013 com 21 mil crianças e adolescentes do Brasil, México, Honduras,
Colômbia e Porto Rico, que tomaram três doses da vacina, com intervalo de seis
meses entre as aplicações. Só no Brasil, 3.550 participantes de cinco cidades
brasileiras com altos índices de casos de dengue participaram dos testes:
Natal, Fortaleza, Campo Grande, Goiânia e Vitória.
Já no primeiro semestre de 2015, o laboratório
levará o dossiê com a conclusão do estudo para análise da ANVISA (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária). Segundo Sheila, a expectativa do laboratório
é que a agência aprove a vacina para comercialização até o fim do próximo ano.
A vacina poderá diminuir os gastos do setor público
e também privado com a doença. Com a prevenção, conseguimos reduzir o custo. Pois,
muitas vezes, as pessoas ficam dias no hospital e, às vezes, nem se recuperam.
O impacto financeiro vai diminuir com a imunização.
A gerente do departamento médico ainda explicou que
o laboratório tem repassado informações sobre a pesquisa ao Ministério da
Saúde.
Sempre que possível, eles se reúnem com a gente.
Eles têm ciência da importância da doença para o País. Se houver aprovação pela
ANVISA, o ministério pode decidir se implementa ou não na rede pública de Saúde.
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