A febre Chikungunya e a dengue têm um denominador
comum: ambas as doenças são transmitidas pela picada do mosquito Aedes
Aegypti. Com a chegada do período das chuvas, a preocupação cresce em
relação à proliferação do inseto, que se reproduz em água parada. O Ministério
da Saúde, por meio do Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRA'a),
identificou as regiões de maior risco.
No total, participaram do levantamento deste ano
1463 municípios. Os resultados mostraram que 813 estão em situação
satisfatória, 533 em alerta e 117 em situação de risco para a ocorrência de
dengue. O Nordeste é a região que concentra o maior número de municípios em
situação de risco - 96 dos 727 avaliados.
Por enquanto, há 10 capitais em alerta: Porto Alegre, Cuiabá, Vitória, Maceió,
Natal, Recife, São Luís, Aracaju, Belém e Porto Velho. Em compensação, 11
capitais apresentaram resultados satisfatórios: Curitiba, Florianópolis,
Brasília, Campo Grande, Goiânia, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo,
Macapá, Teresina e João Pessoa. “Qualquer município brasileiro que tenha uma
população elevada dos mosquitos Aedes Aegypti e Aedes albopictus
está sujeito à febre chikungunya”, explica Jarbas Barbosa, Secretário de
Vigilância em Saúde.
Na região Sudeste, 55% dos depósitos de água
encontrados, lugares propícios para a proliferação do mosquito, são
domiciliares. É aquela água que se acumula nos vasos, na calha das casas, nas
garrafas abandonadas no quintal. A preocupação agora é ainda maior já que, por
causa da crise de abastecimento causada pela estiagem, muitas famílias têm
armazenado água em casa.
"Todas as equipes de saúde que atuam nas
unidades básicas estão sendo orientadas, por meio dos protocolos clínicos, para
que possam reconhecer os sintomas, tanto de dengue como chikungunya”, explicou
o ministro da Saúde, Arthur Chioro. É
preciso estar atento sobretudo aos sinais de agravamento da dengue,
vômitos e dores abdominais, que podem levar o paciente a uma situação bem
complicada, chegando até a óbito.
A palavra de ordem é prevenção
“Se cada um olhar a sua própria casa, contribui muito para a prevenção", afirmou secretário de Vigilância da Saúde, Jarbas Barbosa. O levantamento confirma o apelo do secretário, já que 80% dos focos de mosquito foram encontrados dentro de domicílios. O grande problema é que o UBV, o “fumacê” como é chamado o aparelho utilizado pelas prefeituras para eliminar o vetor das doenças, só funciona para os mosquitos adultos: não afeta as larvas. Por isso, se os focos de proliferação do mosquito não forem eliminados, 15 dias depois, quando o inseto torna-se adulto, a doença pode ser transmitida novamente.
O primeiro caso autóctone no Brasil foi confirmado
em setembro de 2014. Até dia 25 de outubro, o Ministério da Saúde registrou um
total de 824 casos. São 330 em Oiapoque, 371 em Feira de Santana, 82 em Riachão
do Jacuípe, um em Matozinho e um em Campo Grande.
Nenhum comentário:
Postar um comentário