O período
chuvoso é favorável ao desenvolvimento do mosquito da dengue, mas não é o único
fator que levou ao registro de Índice de Infestação Predial (IIP) da cidade de
Natal ao percentual de 4,1%, considerado de alto risco de transmissão da
doença, conforme apresentado no último Boletim Epidemiológico da Dengue, da
Secretaria Municipal de Saúde, com dados de janeiro a julho deste ano. De
acordo com o Centro de Controle de Zoonoses de Natal, o número de casas
fechadas no último levantamento foi de 18,7% do total de 340 mil. Isso, aliado
à redução de ciclos de visita aos imóveis são fatores que dificultam a
redução dos índices da doença na capital potiguar, além da falta de
conscientização da população.
O coordenador municipal de controle da dengue
ligado ao Centro de Zoonoses, Lúcio Pereira da Silva, explica que o primeiro
ciclo de visitas dos agentes deste ano aos imóveis – que deveria durar dois
meses – foi de janeiro a junho, atrasando o controle e coleta de dados para a
secretaria. “Além do baixo número de pessoal, tivemos algumas paralisações de
greve que atrasaram esses ciclos”, disse. Hoje, 370 agentes atendem os 36
bairros de Natal, “mas tem edital de concurso aberto para contratação de mais
275 agentes”, acrescentou Pereira. Cada um atende de 800 a 1.000 imóveis por
ciclo.
A redução dos ciclos de visita e do Levantamento
Rápido do Índice Rápido para Aedes
aegypti (LIRAa), feitos pelos agentes, coincide com o aumento do IIP da
cidade. Em 2009 e 2010, por exemplo, quando foram feitos cinco LIRAa em cada
ano, o índice não passou de 3% no primeiro ano e 2,4% no seguinte (sempre com
máximas no período chuvoso). Já em 2013, quando foram feitos dois ciclos, o IIP
chegou a 4,4% em junho.
Ao mesmo tempo em que há atraso nos ciclos de visitas, a quantidade de imóveis classificados como “fechado” (por motivos diversos, seja desocupado ou devido o proprietário não estar em casa na hora da visita) correspondeu a 64.433 no último ciclo, encerrado dia 7 de junho. Ele explica que quando o local está fechado, é catalogado e tenta-se entrar em contato com o proprietário para visita que busca eliminar focos do mosquito.
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