A dengue tem acometido indivíduos de ambos os
sexos, porém as mulheres têm sido "presas fáceis" do Aedes aegypti. Não que o mosquito goste
mais do sangue feminino. Nem que elas sejam mais susceptíveis a doença que os
homens. Mas as mulheres são maioria nas estatísticas de casos da moléstia em
Goiânia, é o que revelam dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Neste
ano, foram 9.958 mil mulheres notificadas contra 7.949 mil homens
diagnosticados, ou seja, 10% a mais. O número é contabilizado entre as semanas
epidemiológicas 01 e 29 (entre final de dezembro de 2013 e meados de julho de
2014).
No ano passado, quando a Capital goiana
liderou o ranking de casos de dengue no Estado com 52.860 mil agravos, no mesmo
período de semanas epidemiológicas deste ano, 29.353 mil pessoas do sexo
feminino contraíram a doença, enquanto 23.507 mil eram do sexo masculino.
Estudos apontam que uma das explicações para
o fato pode estar relacionado ao maior tempo que a mulher passa em casa, local
onde se encontra grande parte dos focos do mosquito Aedes aegypti. Mais exposta ao transmissor da doença, ela teria
então mais chances de ser infectada e adoecer. Para enfermeira e técnica em
vigilância epidemiológica da dengue da SMS, Mônica Samara Gonçalves, o fato não
tem relação.
"A mulher tem maior preocupação em
relação à saúde, então, ela procura mais o serviço de saúde. Não é uma relação
fidedigna. Se uma população está susceptível a uma doença, tanto homem ou
mulher, está sujeito a contrair determinada doença. O foco da dengue pode estar
em qualquer lugar e não somente dentro das residências", explica.
Independente de a dengue acometer mais o sexo
feminino ou masculino, outra realidade vivida pela população de Goiânia é a
grande incidência da doença no inverno, fato que tem sido observado pelo
infectologista Rogério Valls. "Nós temos percebido que, independentemente
do frio, a dengue é presente. Já não existe mais dengue sazonal", analisa.
Ele também acredita que com o tempo "o próprio vetor tem-se habituado ao
clima e aos fatores do Estado".
Contudo, a melhor forma de se evitar a dengue
é combater os focos de água parada, locais propícios para a criação do mosquito
transmissor da doença. Para isso, é importante não deixar acumular água em
latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos,
vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d’água, tambores,
latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros.
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