domingo, 27 de julho de 2014

Goiânia: as mulheres adoecem mais



A dengue tem acometido indivíduos de ambos os sexos, porém as mulheres têm sido "presas fáceis" do Aedes aegypti. Não que o mosquito goste mais do sangue feminino. Nem que elas sejam mais susceptíveis a doença que os homens. Mas as mulheres são maioria nas estatísticas de casos da moléstia em Goiânia, é o que revelam dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Neste ano, foram 9.958 mil mulheres notificadas contra 7.949 mil homens diagnosticados, ou seja, 10% a mais. O número é contabilizado entre as semanas epidemiológicas 01 e 29 (entre final de dezembro de 2013 e meados de julho de 2014).

No ano passado, quando a Capital goiana liderou o ranking de casos de dengue no Estado com 52.860 mil agravos, no mesmo período de semanas epidemiológicas deste ano, 29.353 mil pessoas do sexo feminino contraíram a doença, enquanto 23.507 mil eram do sexo masculino.

Estudos apontam que uma das explicações para o fato pode estar relacionado ao maior tempo que a mulher passa em casa, local onde se encontra grande parte dos focos do mosquito Aedes aegypti. Mais exposta ao transmissor da doença, ela teria então mais chances de ser infectada e adoecer. Para enfermeira e técnica em vigilância epidemiológica da dengue da SMS, Mônica Samara Gonçalves, o fato não tem relação.

"A mulher tem maior preocupação em relação à saúde, então, ela procura mais o serviço de saúde. Não é uma relação fidedigna. Se uma população está susceptível a uma doença, tanto homem ou mulher, está sujeito a contrair determinada doença. O foco da dengue pode estar em qualquer lugar e não somente dentro das residências", explica.

Independente de a dengue acometer mais o sexo feminino ou masculino, outra realidade vivida pela população de Goiânia é a grande incidência da doença no inverno, fato que tem sido observado pelo infectologista Rogério Valls. "Nós temos percebido que, independentemente do frio, a dengue é presente. Já não existe mais dengue sazonal", analisa. Ele também acredita que com o tempo "o próprio vetor tem-se habituado ao clima e aos fatores do Estado".

Contudo, a melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de água parada, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. Para isso, é importante não deixar acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d’água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros.

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