Um aparelho portátil e de baixo custo, desenvolvido
por pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São
Paulo (USP), é capaz diagnosticar com precisão os pacientes com o vírus da dengue
em apenas 20 minutos, já a partir dos primeiros sintomas. A novidade está sendo
possível porque um estudo mostrou alta concentração da proteína NS1, produzida
pelo vírus.
Atualmente, o exame para detectar a doença só pode
ser feito no sexto dia, o que faz com que ela seja confundida com outras
infecções e nem sempre tratada da forma adequada. A demora no diagnóstico pode
levar, especialmente nos casos de reincidência, à morte, como explica o Francisco
Guimarães, professor responsável pelo estudo.
O teste convencional não pode ser feito nos
primeiros dias, porque ele mede a concentração de anticorpos. O paciente tem
que ter quadro avançado de dengue. O novo aparelho detecta a proteína já nos
primeiros dias.
O dispositivo, similar ao que é utilizado na
medição de glicemia, funciona da seguinte forma: o anticorpo que reage à
proteína NS1 é cultivado na gema do ovo. Em seguida, ele é colocado em alta
concentração sobre uma membrana metálica, a qual em contato com o sangue
infectado, reage eletricamente.
Guimarães destaca que a utilização de ovos de
galinha para produzir os anticorpos foi uma das formas encontradas para
baratear o custo do produto.
A gente gerou fora do corpo humano, sem usar
animal, e isso faz com que o preço fique muito baixo. Apesar de o corpo ter
milhões de proteínas, só aquela do vírus da dengue se liga ao anticorpo.
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