Ceará: 54 mortes em 2013

O Ceará volta a liderar, no Nordeste, as estatísticas do Ministério da Saúde relativas às ocorrências de óbitos provocados pela dengue. O Aedes aegypti já causou, este ano, 54 casos de morte, com o dobro de ocorrências da Bahia, Estado classificado em segundo lugar na região. Lá foram apenas 21 baixas no decorrer deste ano.

A dengue é enfermidade típica de país subdesenvolvido. Sua erradicação depende, essencialmente, do engajamento da administração municipal, a partir do prefeito, de ações enérgicas para a erradicação dos focos multiplicadores do mosquito; e de programas permanentes de educação ambiental, para ensinar a população a manter a cidade limpa.

Fora desse esquema, não há como erradicá-la. Mesmo assim, evitar a propagação da doença não é tão difícil. O município tem poder de polícia e, como tal, pode adotar medidas tempestivas para impor a limpeza urbana, na via pública e nos ambientes particulares fechados. As ações pontuais preconizadas não podem vacilar e devem ser exemplares.

A experiência demonstra alta concentração do "Aedes aegypti" em depósitos descobertos de carros velhos, pneus imprestáveis, lixo acumulado, vasos de plantas, vasilhas, garrafas e depósitos plásticos capazes de armazenar água. As caixas d´água de residências, mantidas descobertas, se somam às calhas dos telhados sem manutenções periódicas como outros focos permanentes de reprodução do transmissor da doença.

Portanto, a questão básica se resume no controle sanitário do meio ambiente e na constante vigilância para impedir a instalação de focos reprodutores e sua expansão nas áreas urbanas. Nesse ponto, o município tem como intervir, obrigando a construção de muros de proteção dos terrenos desocupados, por parte de seus proprietários.

Outra providência se volta para a obtenção de ordem judicial para penetrar nos imóveis vazios e, como tal, transformados em focos potenciais e de resistência da doença, especialmente pelas piscinas inativas. Quanto menor o município, mais fácil se torna a realização de visitas domiciliares rotineiras para o controle ambiental preventivo.

De acordo com o Levantamento Rápido de Índice para Aedes aegypti, no Ceará três municípios encontram-se em situação de risco de dengue: Baturité, Canindé e Tauá. Eles apresentam 4% de domicílios com larvas do mosquito. Em 11 outros, a situação é de alerta como em Fortaleza, Acaraú, Cascavel, Crateús, Horizonte, Limoeiro do Norte, Maranguape, Pacajus, Pacatuba, Parambu e Tianguá.

Medida semelhante se impõe em relação às sucatas de automóveis. A dengue pode ser evitada. Tudo depende da ação preventiva do gestor público e da ajuda da população mantendo as dependências de suas casas livres de criadouros.