O Instituto Butantan, em São Paulo, deve iniciar em
novembro a segunda fase clínica de um estudo que busca comprovar a eficácia e a
segurança em humanos de uma vacina contra a dengue. A partir desta quarta-feira
(2), um grupo de 50 voluntários adultos começará a ser recrutado na capital
paulista. No início de 2014, outras 250 pessoas devem ser convocadas.
Essa é a primeira vacina contra a dengue de produção 100% nacional a ser testada em humanos no país. A dose é tetravalente, ou seja, imuniza contra os quatro sorotipos do vírus, e foi desenvolvida há mais de uma década pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH), chegando ao Brasil por meio de transferência tecnológica – as conversas para isso começaram em 2006. Nos EUA, em uma primeira fase de estudo, a vacina foi testada em 750 indivíduos adultos. Antes disso, cada um dos quatro tipos do vírus foi aplicado separadamente em animais.
As reações adversas encontradas nos americanos
foram apenas dor local e erupção cutânea (conhecida como exantema ou rash), o
que para os pesquisadores é um bom sinal, pois mostra que o vírus realmente
causou uma resposta imunológica no organismo.
Se os próximos resultados forem positivos, a
previsão é que a vacina seja aprovada pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) e possa fazer parte do Programa Nacinal de Imunizações em
2018. Além do Butantan, há outra iniciativa nacional para produção de vacina
contra a dengue, encabeçada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria
com a farmacêutica GlaxoSmithKline (GSK). Mas essa pesquisa ainda não iniciou
testes em seres humanos.
Para a segunda fase de testes do Butantan, houve um
investimento de R$ 3,5 milhões, financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de São Paulo (Fapesp), pela Fundação Butantan e pelo Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
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