Dor de cabeça, no corpo, febre, fraqueza, suor
frio. Márcia Augusta dos Santos, de 45 anos, não conseguia esconder as queixas.
Ela chegou a uma unidade de saúde às 6h30 e passou por uma triagem. Ganhou uma
fita azul, com a descrição “dengue” e, cerca de quatro horas depois, esperava o
atendimento médico. A cada semana, os números da dengue aumentam na capital
mineira, deixando unidades de saúde sempre cheias. Os dados mais recentes
apontam que 4.215 pessoas já foram infectadas pelo vírus na cidade.
Todas as quartas-feiras, a Secretaria Municipal de
Saúde de Belo Horizonte divulga o balanço dos casos de dengue. A comparação
entre os dados semanais revelam números que não param de crescer.
No dia 16 de janeiro, a prefeitura registrava os primeiros casos da doença neste ano. Nesta data, eram apenas duas confirmações. Já no dia 23 de janeiro, 95 pessoas já haviam contraído a doença, o que representa aumento de 4.650% em uma semana.
Entre 23 e 30 janeiro, foram registrados 104 novos
casos, chegando a 199. Neste período de sete dias, a elevação foi de 109,47%.
Já entre 30 de janeiro e 6 de fevereiro, as confirmações dobraram: de 199 foram
para 400, crescimento de 101%. Na semana seguinte, no dia 13 de
fevereiro, a quantidade de casos da doença cresceu, mas de forma menos
expressiva. De 400 casos confirmados, o número foi para 464, representando uma
elevação de 16%.
Entre os dois últimos balanços – entre 13 e 20 de março –, o crescimento foi de 71,55%, com 1.758 novos casos, totalizando 4.215 pessoas infectadas em 2013.
Apesar dos números crescentes da dengue em Belo
Horizonte, o secretário municipal adjunto de Saúde, Fabiano Pimenta Júnior,
afirma que a cidade ainda não vive uma situação de epidemia. Segundo ele, o
Ministério da Saúde considera epidemia quando há 300 casos da doença a cada
grupo de 100 mil habitantes; na capital mineira, atualmente, esta proporção é
de 177 para 100 mil.
Fabiano ressalta que a principal causa das
contaminações, neste ano, não se deve ao aumento dos focos do mosquito, mas à
circulação de um novo sorotipo do vírus da dengue, o tipo 4. "Temos
evidências muito concretas que o sorotipo 4 é que está circulando com maior
intensidade em todas as regiões da cidade, explicando o aumento de casos,
quando se compara com 2012 e 2011", pontua.
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