Uma simples comparação revela a gravidade da situação: no ano passado, Mato Grosso do Sul chegou a 3.743 casos de dengue até 19 de fevereiro, índice muito inferior aos atuais. Dos registros de 2011, 1.772 ocorreram em Campo Grande, que hoje já tem quase 7 mil casos.
O que ocorre hoje no estado e na capital não é casual, nem "culpa de São Pedro". As previsões sobre o cenário favorável à propagação da doença, feitas no começo do ano, já traçavam a possibilidade do quadro atual.
Primeiro, a meteorologia indicava que o mês de novembro poderia ser muito chuvoso, facilitando a propagação do Aedes. Com mais chuva, mais mosquitos depositam seus ovos em qualquer canto favorável à procriação das suas larvas.
O segundo fator favorável à propagação da doença é que sabia-se que o vírus tipo 4 estava presente na capital. Por ser novo, ninguém já vitimado por outros tipos de dengue teria resistência contra ele - um fato que elevou o número de doentes potenciais.
E mais, sabia-se também que os ovos já depositados no ambiente, mas que não eclodiram com fim da temporada de chuvas do começo deste ano, duraria até a chegada da nova estação chuvosa - aquela que se iniciou em novembro.
Ou seja, nada do que está ocorrendo era novidade para os gestores da vigilância sanitária.
Mesmo assim, a Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande manteve a rotina de combate ao Aedes, que previa ações mais concretas só na segunda quinzena de janeiro de 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário