sexta-feira, 30 de novembro de 2012

População não ajuda a combater a doença

“Quando já começo a sentir febre e dor no corpo nesse período de chuva, já sei. É ela!”. Recuperado de uma dengue há apenas dois meses, o aposentado João Neri da Silva diz não ter mais dúvidas quando o assunto é a doença. Morador há 32 anos da travessa Timbó à altura do canal, no bairro do Marco, João teme pela proliferação do mosquito transmissor com a chegada do período de chuvas mais intensas. “Aqui a dengue dá no meio da canela”.

Tendo a porta de casa virada de frente para o canal tomado pelo lixo e pelo lodo, o aposentado afirma se prevenir como pode. À noite, o mosquiteiro é indispensável, de dia, porém, ele acredita não ter muito o que fazer para não pegar a doença. “Não tem muito jeito de se livrar da dengue porque o depósito está mesmo na frente. Quase todo mundo já pegou dengue aqui na vizinhança”, informa ao garantir que não guarda mais nenhuma dúvida sobre a dengue. “Dúvida a gente não tem mais. Sei que tem que acabar com o mosquito que transmite, que só pode tomar um tipo de remédio se tiver suspeita de dengue...”.

De acordo com dados do Levantamento Rápido de índice Aedes aegypti (LIRAa), divulgados esta semana pelo Ministério da Saúde, Belém é um dos municípios que estão em alerta. De acordo com o ministério, ao todo, 375 municípios em todo o país estão em situação de alerta e 787 apresentam índices considerados satisfatórios.

Sem descuidar em nenhuma época do ano, a dona de casa Luciléa da Silva, tem a resposta para o vizinho. Certa de que não tem mais nenhuma dúvida sobre a forma de transmissão e a doença, ela acredita que o que falta à população é responsabilidade para eliminar os criadouros do mosquito. “Hoje a dengue se desenvolve até na água suja”, acredita. “Ninguém tem mais dúvida sobre a dengue. Todo mundo está esclarecido. As pessoas não colaboram porque não querem”.

O importante mesmo, neste início do período chuvoso, é evitar o acúmulo de lixo e de objetos que possam servir de criadouro do mosquito da dengue. O alerta para os vasos de plantas que devem ter furos para escorrer o excesso de água e até mesmo para os cacos de vidros incrustados em muros que também acumulam água. “precisamos manter controlada a população de mosquitos para evitar as epidemias”, alerta a médica, já que é quase impossível exterminá-los. “No departamento, informa, nós já estamos a pleno vapor com as campanhas educativas”. 

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