A vacina contra a dengue tem sido alvo de 51 testes clínicos registrados até este mês no site Clinicaltrials.gov, do Instituto Nacional de Saúde (NIH) dos EUA, apontou na terça-feira (13) o diretor-médico de Ensaios Clínicos do Instituto Butantã, Alexander Precioso.
Segundo o especialista, que falou para profissionais da saúde na 2ª Conferência Internacional em Epidemiologia, realizada entre esta segunda (12) e quarta-feira (14) no Expo Center Norte, em São Paulo, todos esses estudos – em fase inicial ou já mais avançada – comprovam que a vacina contra a dengue é uma necessidade mundial, e não apenas do Brasil.
“Os países que mais precisam hoje dessa dose são os menos desenvolvidos, como as Américas do Sul e Central, África e Ásia. O grande desafio é criar uma única vacina capaz de imunizar contra os quatro vírus que causam a doença e ter uma proteção longa, com maior intervalo de reforço, senão as pessoas vão se expor ainda mais”, explicou Precioso.
Isso porque, passado o período de imunidade, se o paciente tiver contato com o mosquito Aedes aegypti contaminado, pode pegar um tipo mais severo de dengue. O problema acontece quando a vacina contém vírus atenuado – como é o caso da que será testada pelo Butantã –, o que faz com que o organismo crie anticorpos como se já tivesse pegado a doença. Aí, uma “reinfecção” pode ser mais grave e ter várias complicações.
“Precisamos levar em conta também que a vacina não é a solução definitiva para esse problema, é apenas mais um instrumento de combate”, destacou Precioso.
Diretor-médico do Butantã afirmou que a primeira fase de testes da vacina em São Paulo, com 50 voluntários entre 18 e 50 anos, pode começar ainda este ano, assim que houver liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).
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