Um grupo de cientistas de cinco países
apresentou nesta segunda-feira uma nova estratégia "natural" de
combate ao vírus da dengue que será utilizada no Brasil e consiste em
introduzir uma bactéria nos mosquitos para inibir o contágio da doença.
O objetivo do programa é frear a transmissão
do vírus nas populações de mosquitos Aedes aegypti, introduzindo uma bactéria
chamada Wolbachia que é encontrada de forma natural em insetos.
Os cientistas, procedentes do Brasil, da
Austrália, da China, da Indonésia e do Vietnã, garantiram ter descoberto em
testes de laboratório que quando a Wolbachia é introduzida nos mosquitos
funciona como uma "vacina" que "bloqueia a multiplicação do
vírus dentro do inseto".
O projeto "Eliminar a Dengue: Desafio
Brasil", apresentado no 18º Congresso Internacional de Medicina Tropical e
Malária, realizado no Rio de Janeiro, faz parte do programa internacional
"Eliminar a Dengue: Nosso Desafio" que aborda de "forma
natural" o controle da doença.
A nova medida que chega neste ano ao Brasil
já está em fase de testes na Austrália, no Vietnã e na Indonésia, e se
apresenta como uma alternativa ao uso de inseticidas.
A Wolbachia é uma bactéria intracelular que
está presente em 70% dos insetos do mundo e, segundo os pesquisadores do
projeto, não existem evidências de risco para a saúde ou para o meio ambiente.
"Nossa expectativa é que este método
possa beneficiar milhões de pessoas que atualmente vivem em áreas de foco da
doença, de forma autossustentável e economicamente viável, sem causar danos ao
meio ambiente", explicou em comunicado Luciano Moreira, pesquisador da
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e líder do projeto no Brasil.
A partir de 2013 serão realizados testes
intermediários no campus da Fiocruz, enquanto são selecionados os lugares onde
serão feitos os trabalhos de campo, previstos para 2014.
O projeto pretende que a medida seja usada no
futuro como uma ação complementar ao controle da dengue, por isso, estimula a
população a não descuidar na hora de fazer a prevenção da doença.
O Ministério da Saúde apoia a pesquisa como
uma nova ferramenta de combate à doença.
"Agora estamos no início, mas esperamos
que em alguns anos haja um resultado positivo que possa ser comemorado",
afirmou em uma nota secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde,
Jarbas Barbosa.
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