domingo, 21 de outubro de 2012

Vacina natural para mosquitos da dengue



Um grupo de cientistas de cinco países apresentou nesta segunda-feira uma nova estratégia "natural" de combate ao vírus da dengue que será utilizada no Brasil e consiste em introduzir uma bactéria nos mosquitos para inibir o contágio da doença.

O objetivo do programa é frear a transmissão do vírus nas populações de mosquitos Aedes aegypti, introduzindo uma bactéria chamada Wolbachia que é encontrada de forma natural em insetos.

Os cientistas, procedentes do Brasil, da Austrália, da China, da Indonésia e do Vietnã, garantiram ter descoberto em testes de laboratório que quando a Wolbachia é introduzida nos mosquitos funciona como uma "vacina" que "bloqueia a multiplicação do vírus dentro do inseto".

O projeto "Eliminar a Dengue: Desafio Brasil", apresentado no 18º Congresso Internacional de Medicina Tropical e Malária, realizado no Rio de Janeiro, faz parte do programa internacional "Eliminar a Dengue: Nosso Desafio" que aborda de "forma natural" o controle da doença.

A nova medida que chega neste ano ao Brasil já está em fase de testes na Austrália, no Vietnã e na Indonésia, e se apresenta como uma alternativa ao uso de inseticidas.

A Wolbachia é uma bactéria intracelular que está presente em 70% dos insetos do mundo e, segundo os pesquisadores do projeto, não existem evidências de risco para a saúde ou para o meio ambiente.

"Nossa expectativa é que este método possa beneficiar milhões de pessoas que atualmente vivem em áreas de foco da doença, de forma autossustentável e economicamente viável, sem causar danos ao meio ambiente", explicou em comunicado Luciano Moreira, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e líder do projeto no Brasil.

A partir de 2013 serão realizados testes intermediários no campus da Fiocruz, enquanto são selecionados os lugares onde serão feitos os trabalhos de campo, previstos para 2014.

O projeto pretende que a medida seja usada no futuro como uma ação complementar ao controle da dengue, por isso, estimula a população a não descuidar na hora de fazer a prevenção da doença.

O Ministério da Saúde apoia a pesquisa como uma nova ferramenta de combate à doença.

"Agora estamos no início, mas esperamos que em alguns anos haja um resultado positivo que possa ser comemorado", afirmou em uma nota secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.

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