Ele transformou a dor da morte do filho em luta
pela redução de vítimas da dengue no Rio de Janeiro. Não há hora livre fim de
semana e feriado que o engenheiro Mário Roig, 39 anos, não dedique à Associação
de Vítimas da Dengue (Avide). Ele a criou para tentar evitar que outras
famílias passem pelo seu sofrimento. Em 2008, Mário perdeu o filho de 6 anos,
Rodrigo, por demora no diagnóstico do tipo hemorrágico da doença.
Desde julho de 2009, quando fundou a Avide, Marcos
virou um caçador de focos do mosquito Aedes
aegypti, o transmissor da dengue. Ele bate em portas alertando os cariocas
sobre o perigo da doença e a importância de não acumular água para o inseto
depositar seus ovos. Ele também vai a escolas, onde dá palestra e incentiva
diretores a abordar o tema em sala de aula. Só este ano, esse mal matou 37
pessoas no estado do Rio.
O pequeno Rodrigo Yamawaki Aguilar Roig adoeceu em
17 de fevereiro de 2008. Foram cinco dias indo a clínicas particulares até
descobrir a dengue hemorrágica. Horas após o diagnóstico, o menino morreu.
“Passei um mês sem sair de casa, sem trabalhar”, conta o engenheiro, pai de
duas meninas de 9 e 14 anos. Ele viveu a angústia de saber que a morte poderia
ter sido evitada: “Quando você tem um filho com uma doença rara, sem cura, você
sofre, mas aceita. Quando você perde um filho com uma de tratamento simples
começa a pensar que falhou como pai, que foi incompetente”.
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