A
constatação de que uma mulher em Ribeirão Preto (313 km de SP) morreu após o
vírus da dengue atacar o coração dela serviu de alerta para pesquisadores da
Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto) para a necessidade de mais exames nos
pacientes que chegam aos prontos-socorros.
O
resultado da pesquisa deve ser publicado em uma revista científica europeia, a
Journal of Clinical Virology.
No
estudo de caso, foram analisados os prontuários de 12 pessoas que morreram por
dengue no ano passado em Ribeirão Preto.
Dos
diversos históricos médicos, um deles chamou a atenção: uma mulher de 29 anos
morreu com uma parada cardíaca -ela não tinha histórico de nenhuma doença
cardiovascular.
Foi
verificado que o vírus da dengue do tipo 1 alojou-se na fibra do miocárdio
(músculo do coração) e acabou por comprometer o seu funcionamento. A doença
evoluiu para uma miocardite, que seria uma inflamação no miocárdio, e ela
sofreu uma parada cardíaca.
De
acordo com a docente de emergência e cirurgia vascular Rosemary Furlan Daniel,
uma das autoras do estudo da universidade ribeirão-pretana, não há registros de
outras pesquisas brasileiras que tenham descoberto relato de mortes com dengue
do tipo 1 e miocardiopatite.
Para
a pesquisadora, a constatação serve de alerta ao médico que faz o primeiro
exame no doente.
"É
preciso atentar para esses detalhes e procurar mais coisas no paciente",
afirmou a pesquisadora.
A
suspeita dos autores do estudo é que a situação de o vírus da dengue atacando o
coração pode estar ocorrendo em um ritmo mais comum do que se espera.
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