Após a confirmação de duas mortes por dengue neste
ano na capital fluminense, a ameaça de nova epidemia começa a preocupar os
moradores do Rio. A doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti
entrou para o “calendário oficial” do Estado em 1986, quando o tipo 1 se
espalhou pelos municípios fluminenses. Todo verão um novo número de
contaminados engrossa a triste estatística do vírus: mais de 1 milhão de
pessoas infectadas e 727 mortos em 26 anos.
De lá para cá, a população do Rio enfrentou mais de
sete epidemias de dengue. O ano de 2008 registrou o maior número de casos e
mortes. Para dar conta dos 233.821 doentes, o governo estadual recorreu às
Forças Armadas, que montou hospitais de campanha em vários municípios.
Em 2008, a dengue matou 273 pessoas, superando a
marca de mortes da epidemia de 2002. A aposentada Maria de Lourdes Saveiro, de
68 anos, conheceu a doença 22 anos antes. Moradora de Nova Iguaçu, na Baixada
Fluminense, ela sentiu pela primeira vez os sintomas do vírus que viria a
infectá-la outras duas vezes.
Pesquisador do departamento de Microbiologia e do
Instituto de Virologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro),
Maulori Cabral conta que a população não sabia o que era a dengue e, por isso,
mantinha hábitos que facilitavam a proliferação do Aedes aegypti.
As pessoas gostavam de decorar suas casas com as
jiboias mergulhadas em grandes recipientes de água, acumulavam pneus e garrafas
no quintal. Tudo isso servia de criadouros para o mosquito transmissor da
dengue. Além disso, não ensinavam o que era dengue nas faculdades de medicina,
o que dificultava o diagnóstico da doença.
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