A estiagem favorece, na medida em que diminui a oferta de água limpa parada,
mas as pessoas não podem relaxar nos cuidados: é preciso manter a vigilância em
casa e nos quintais para evitar focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da
dengue. As chuvas que caíram elevaram o risco de transmissão da doença em
Montes Claros, como mostra o LIRAa (Levantamento de Índice Rápido do Aedes
aegypti) realizado no início de janeiro, pelos técnicos do Centro de Controle
de Zoonoses (CCZ) da Secretaria Municipal de Saúde. Eles constataram que o
índice de infestação do Aedes subiu de 1,7% (números de outubro/2011) para
6,4%, o que caracteriza situação de alto risco para transmissão da dengue na
cidade.
A situação permanece preocupante, apesar da
estiagem, informa Jeziel de Quadros, chefe do CCZ, destacando que o período de
Carnaval também é motivo de preocupação.
As pessoas viajam muito nessa época, ficam sujeitas
à contaminação e podem trazer a dengue quando voltam, explica o técnico,
lembrando ainda de uma preocupação extra: a chegada do vírus tipo 4 a Minas
Gerais. A secretaria de Estado da Saúde confirmou o primeiro caso de dengue
causado pelo novo vírus, em Frutal, no Triângulo Mineiro. Investigações
mostraram que a paciente, de 62 anos, foi infectada no próprio município.
Significa que o mosquito está se deslocando e pode chegar a qualquer região do
Estado.
A preocupação com uma eventual epidemia é
recorrente. As autoridades da área de Saúde confirmam que o vírus tipo 4 não é
mais perigoso do que os sorotipos 1, 2 e 3; apresenta os mesmos sintomas que os
demais, como dores de cabeça e no corpo, febre, diarréia e vômito, e o
tratamento também é igual. O problema em relação ao tipo 4 é que o vírus não
circulava há vários anos no País e a população não tem imunidade contra ele.
Logo, há risco de epidemia onde esse vírus proliferar.
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