Após encerrar o ano de 2011 com mais de 54 mil casos de dengue notificados, o Espírito Santo terá que lidar com mais um obstáculo no combate à doença: a resistência genética do mosquito. Segundo o estudo da Universidade Estadual Paulista (Unesp), os mosquitos Aedes aegypti, transmissores do vírus da dengue estão mais resistentes aos inseticidas utilizados tanto pelas prefeituras quanto pela população dentro de suas casas.
A teoria, na prática, pode ser comparada ao uso exagerado de analgésicos por humanos, que por sua vez, torna a pessoa mais resistente à dor.
A teoria, na prática, pode ser comparada ao uso exagerado de analgésicos por humanos, que por sua vez, torna a pessoa mais resistente à dor.
De acordo com estudo, foram feitos o mapeamento de 95 mosquitos em sete cidades paulistanas com diferentes incidências de casos de dengue que demonstraram que o mosquito está cada vez mais resistente ao veneno utilizado para combatê-lo.
Em laboratório, foram selecionadas cerca de 150 larvas do mosquito para cada cidade estudada. Nessa fase, a da análise bioquímica, o metabolismo das larvas mais resistentes ao inseticida mostrou maior atividade das enzimas do grupo das esterases, ligadas à capacidade de neutralizar o veneno. O estudo também analisou o material genético de 95 mosquitos, nascidos de ovos obtidos em cada um dos municípios escolhidos.
Segundo a pesquisa, o material genético de cada grupo de mosquito variou muito, o que revelou um baixo fluxo gênico, ou seja, pouca mistura entre as diferentes populações do inseto.
Um mapeamento semelhante também vem sendo feito pelo Ministério da Saúde e ambas as pesquisas apontam para a necessidade de uma periódica avaliação da eficácia do inseticida utilizado para o combate da doença, já que a resistência criada pelo mosquito faz parte de um processo.
Como a genética do Aedes revelou variar de uma localidade para outra, o estudo afirmou que o mosquito tende a se estabilizar em cada local e a desenvolver diferentes níveis de resistência a inseticidas, conforme a exposição do animal à substância, e portanto, além do controle dos órgãos público, é necessário ficar atento ao uso doméstico de inseticidas.
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