Pesquisa feita com 168 cavalos e 30 jacarés no Pantanal sul-mato-grossense detectou a presença de um novo vírus no Brasil, semelhante ao que provoca a dengue. O estudo feito pelo Instituto Oswaldo Cruz, em parceria com a USP, na região da Nhecolândia, identificou o vírus pela primeira vez no Brasil. Há registros na América desde 1999, com mortes nos Estados Unidos. Além de analisar os répteis e eqüinos, que estão mais susceptíveis a febre do Nilo, os pesquisadores capturaram 1.204 mosquitos de 10 espécies diferentes.
Cinco cavalos tiveram resultado positivo, mas a presença dos anticorpos não foi detectada em nenhum dos jacarés avaliados e também nada foi verificado nos mosquitos. Em entrevista ao Estadão, o veterinário Alex Pauvolid Corrêa, principal autor do estudo, lembrou que ainda não é possível saber ainda quais espécies de insetos poderiam servir como vetores eficazes da doença no País.
Segundo o Instituto Oswaldo Cruz, o vírus já havia sido detectado em outros países da América Latina. Inédito em solo nacional, a ameaça costuma ser transmitida por insetos a humanos. Antes disso, os invertebrados precisam entrar em contato com animais como cavalos e aves.
Em 1996, o vírus provocou uma epidemia na Romênia, quando 352 pessoas apresentaram inflamação do cérebro e 10% morreram. O vírus foi isolado em 1937, em Uganda.
É descrito que entre 70% e 80% das pessoas infectadas são assintomáticas. Aproximadamente 20% a 30% desenvolvem um quadro febril e, entre um a cada 150 e um a cada 200 pacientes, apresentam envolvimento do sistema nervoso central.
Nenhum comentário:
Postar um comentário