quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O dengue ou a dengue?


Nos artigos científicos vêm escrito “o dengue”. As campanhas falam sobre o combate “à dengue”. Mas, afinal de contas, a palavra dengue é feminina ou masculina? O professor carioca Márcio Calixto escreve em seu site: “Certos substantivos tendem a ter mudança de gênero por algumas razões bem particulares. Dengue é um vírus e como vírus é substantivo masculino. Só que o mesmo não acontece com gripe. Gripe é feminino, pois já é um termo consagrado pela gramática, ou seja, o costume popular  fez com que a Norma Gramatical Brasileira passasse a aceitar o termo como feminino.

AIDS também é feminino, mesmo sendo vírus: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Por isto alguns puristas da gramática afirmam que o termo deveria se chamar SIDA, como em todas as nações latinas e outras usuárias da língua portuguesa. Há ainda alguns outros casos conhecidos como: a Sabin (vacina); o Chagas (o mal de Chagas); e a Globo (Rede Globo)”.

A partir da primeira edição do Dicionário de Cândido de Figueiredo (1899), o termo dengue passou a integrar o vocabulário médico. Sabe-se que as palavras terminadas em e, em português, podem ser masculinas ou femininas. Dengue pode ser substantivo ou adjetivo. Na função adjetiva, os dois gêneros são admitidos. Na função substantiva, não há unanimidade de opinião entre os lexicógrafos. A maioria dos léxicos adota o gênero masculino quando dengue é usado nas acepções de melindre feminino, afetação, faceirice, manha, e o gênero feminino quando se trata da doença.

O “Novo Aurélio”, em sua segunda edição, prescreve o gênero feminino para dengue, na acepção de doença, mas, ao final do verbete, incoerentemente registra: “Dengue hemorrágico”. O editor de termos médicos do referido dicionário, Dr. Deolindo Couto Jr., em entrevista concedida em 1987, manifestara a intenção de retificar o gênero de dengue para masculino na terceira edição, o que efetivamente ocorreu.

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