Segundo o Dr. Renan Marino o Paracetamol não pode ser indicado nos casos de dengue, já que é a droga com maior potencial lesivo ao fígado em uso atualmente no mundo. Em 2002, as pesquisas com microscopia eletrônica mostravam que a dengue na verdade corresponde a um quadro de hepatite viral causado por qualquer um dos 04 sorotipos do vírus da dengue – DEN1 – DEN2 – DEN3 – DEN4, em razão da marcada hepatoxicidade desta classe de vírus – flavivírus – a qual também pertencem os agentes etiológicos da hepatite C e febre amarela.
As alterações hepáticas na dengue não são devidas às complicações, mas fazem parte da história natural da doença. Quanto mais se usa Paracetamol mais complicações hemorrágicas e óbitos são registrados. É sabido que o fígado lesado em até 80% pela intoxicação pelo Paracetamol, não manifesta sintomatologia nas primeiras 72 horas, podendo inclusive evoluir silenciosamente.
No 4º dia pós intoxicação, o indivíduo apresenta súbita dor abdominal, hipotensão, hipotermia, transtornos da coagulação com hemorragias, choque cardiovascular, podendo evoluir para óbito. Aqui chamamos a atenção para o fato destes sintomas, intoxicação aguda pelo Paracetamol, serem exatamente os mesmos sintomas atribuídos à dengue hemorrágica e síndrome do choque da dengue.
Renan Marino, é médico, pesquisador e professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e mestre em Ciências da Saúde.
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