No interior da Paraíba, os casos dessas
doenças dispararam, mas o hospital não tem laboratório para fazer exame de
sangue e nem formulário para dar conta de tanto paciente.
Os sintomas são os mesmos. "Ânsia de
vômito, o corpo todo doído”, diz dona Maria.
Ela é apenas um dos mais de 1,1 mil pacientes
atendidos nos primeiros dez dias de fevereiro, em um hospital municipal. A
cidade de Arara, de 13 mil habitantes, vive um surto das doenças transmitidas
pelo Aedes aegypti. E até no setor de
medicamentos do hospital foi encontrado o mosquito.
"Começou pela dengue, depois veio a
chikungunya e por último está vindo a zika. Isso não é mais nem uma epidemia.
Isso é uma pandemia", diz o médico Edilson Ribeiro.
O hospital não tem estrutura para coletar o
sangue dos pacientes com suspeita de dengue, zika e chikungunya. Segundo o
diretor, os casos mais graves precisam ser encaminhados para hospitais de
Campina Grande, a 52 quilômetros.
Até itens bem mais básicos estão em falta. No
Hospital Municipal de Arara, no dia 4 de fevereiro foram feitas 54
notificações. No dia 5, foram 77 notificações. Já no sábado (6), domingo (7),
segunda (8) e na terça-feira (9) de carnaval nenhum caso foi notificado porque
faltaram formulários.
Se no hospital falta estrutura, em muitos
bairros falta cuidado. Em uma casa, o mosquito estava escondido embaixo da
mesa. Resultado: os oito moradores pegaram zika.
Marilene perdeu dias de sono quando
apresentou os sintomas da zika. Ela está no sétimo mês de gestação. E só
respirou aliviada quando viu o resultado do ultrassom. “Em sinto medo dela
querer me pegar de novo", afirma.
O secretário de Saúde de Arara, Carlos
Alberto Fernandes, disse que não tinha conhecimento da falta de formulário. E
afirmou que a secretaria tem combatido o mosquito.
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