quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

O despreparo é empecilho para combater o mosquito Aedes



No interior da Paraíba, os casos dessas doenças dispararam, mas o hospital não tem laboratório para fazer exame de sangue e nem formulário para dar conta de tanto paciente.

Os sintomas são os mesmos. "Ânsia de vômito, o corpo todo doído”, diz dona Maria.
Ela é apenas um dos mais de 1,1 mil pacientes atendidos nos primeiros dez dias de fevereiro, em um hospital municipal. A cidade de Arara, de 13 mil habitantes, vive um surto das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. E até no setor de medicamentos do hospital foi encontrado o mosquito.

"Começou pela dengue, depois veio a chikungunya e por último está vindo a zika. Isso não é mais nem uma epidemia. Isso é uma pandemia", diz o médico Edilson Ribeiro.

O hospital não tem estrutura para coletar o sangue dos pacientes com suspeita de dengue, zika e chikungunya. Segundo o diretor, os casos mais graves precisam ser encaminhados para hospitais de Campina Grande, a 52 quilômetros.

Até itens bem mais básicos estão em falta. No Hospital Municipal de Arara, no dia 4 de fevereiro foram feitas 54 notificações. No dia 5, foram 77 notificações. Já no sábado (6), domingo (7), segunda (8) e na terça-feira (9) de carnaval nenhum caso foi notificado porque faltaram formulários.

Se no hospital falta estrutura, em muitos bairros falta cuidado. Em uma casa, o mosquito estava escondido embaixo da mesa. Resultado: os oito moradores pegaram zika.

Marilene perdeu dias de sono quando apresentou os sintomas da zika. Ela está no sétimo mês de gestação. E só respirou aliviada quando viu o resultado do ultrassom. “Em sinto medo dela querer me pegar de novo", afirma.

O secretário de Saúde de Arara, Carlos Alberto Fernandes, disse que não tinha conhecimento da falta de formulário. E afirmou que a secretaria tem combatido o mosquito.

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