Depois de a Bahia anunciar que tem adotado
estratégias para investigar a síndrome de Guillain-Barré (doença neurológica
rara e autoimune que provoca quadro progressivo de paralisia em membros do
corpo e fraqueza muscular), a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco
(SES/PE) informou que também iniciará o mesmo processo. Serão analisados
minuciosamente 64 casos da síndrome registrados no Estado ao longo do primeiro
semestre deste ano.
“São pessoas que passaram por internamento, em
unidades públicas de saúde, por causa de Guillain-Barré, segundo dados do
Sistema de Informação Hospitalar”, diz o diretor geral de Controle de Doenças e
Agravos da SES/PE, George Dimech. O interesse em fazer essa investigação parte
da premissa de que a síndrome pode ter relação com doenças causadas por vírus,
especialmente dengue, zika e chicungunha.
“Dos 76 casos da síndrome de Guillain-Barré
registrados na Bahia, 26 estão relacionados com pessoas que tiveram dengue e
zika. O Brasil mudou o olhar para a síndrome a partir do cenário baiano. Mas é
bom frisar que não há motivos para pânico, pois é uma minoria de casos de
dengue e zika que pode evoluir para Guillain-Barré”, frisa George.
Em Pernambuco, foram registrados 45 casos de
Guillain-Barré no primeiro semestre de 2014; 81 no mesmo período de 2013; 28 no
mesmo período de 2012. “Não é possível dizer hoje se o número de pessoas
com a síndrome tem relação com dengue ou zika. Provavelmente, alguma outra
virose pode também ter contribuído com o aumento no número de casos. Vamos
investigar.”
A neurologista Carolina Cunha, do Hospital
Universitário Oswaldo Cruz, ligado à UPE, salienta que, após a epidemia de zika
na Polinésia Francesa, a incidência de síndrome de Guillain-Barré foi aumentada
em 20 vezes. “Mas ainda não dispomos de dados oficiais sobre as manifestações
neurológicas do vírus zika em Pernambuco”, diz a médica, que é chefe do serviço
de Neurologia do Hospital Esperança, no Recife.
Nenhum comentário:
Postar um comentário