Sala de espera lotada, pessoas sentadas no chão e gemendo de
dores. Esse é o caos que se instalou na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de
Catanduva. O município enfrenta uma epidemia de dengue, com 1.330 casos
confirmados e seis mortes pela doença - a Secretaria de Saúde só admite duas,
afirmando que as outras vítimas, embora com dengue, morreram de outras causas.
O autônomo Valdir Barbosa, 44 anos, é dos catanduvenses que foram picados melo mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Ontem, ele aguardava sentado no chão, ao lado da porta principal da UPA, para ser atendido. "Faz três horas que estamos aqui e ele ainda não foi atendido. Eles falam que temos que esperar, mas isso aqui está um caos", afirma a mulher de Barbosa, Gislaine de Fátima da Silva, 47 anos.
É a segunda vez que Barbosa procura por atendimento médico. No último dia 2, ele passou pela UPA e foi diagnosticado com dengue. "Estou com muita dor no corpo e coceira. Tive febre também. Estou me hidratando, mas não está resolvendo", disse o paciente. Além dele, os dois filhos, uma menina de 20 anos e um menino de 19 anos, também contraíram dengue. A balconista Cíntia Rodrigues Carneiro, 38 anos, também aguardava do lado de fora da UPA para ser atendida. Há uma semana, ela foi diagnosticada com dengue. “Estou tomando paracetamol em casa e me hidratando, mas não está resolvendo”.
O marido dela que também teve dengue. Gilson Lozano Souza, 34 anos, afirma que a Prefeitura não devolveu ações no ano passado para prevenir a epidemia. "Quase não passou agente de saúde em casa e não teve arrastão também. Nós sempre fazemos a nossa parte, mas a Prefeitura deixa muito a desejar. Agora, tem que correr atrás do prejuízo."
A dona de casa Gislene Pereira Cácia, 41 anos, afirma estar preocupada com a situação. "Onde é que essa epidemia vai parar? Aumentam os casos todo dia e o número de mortes também. Eu estou com suspeita de dengue e meus dois filhos tiveram. A Prefeitura demorou muito para tomar uma atitude."
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