O mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue, vai agora ajudar no combate
à doença. Pesquisadores de Belo Horizonte estão utilizando os próprios insetos,
modificando em laboratório, para impedir a transmissão do vírus.
Os cientistas se baseiam em testes feitos na
Austrália. Lá, mosquitos que receberam microinjeções com uma bactéria chamada wolbachia ficaram
"imunes" aos quatro tipos de vírus da dengue.
Segundo o pesquisador da Fiocruz, Fabiano
Duarte Carvalho, a bactéria bloqueia o vírus e assim o mosquito não transmite a
doença. Para produzir insetos na quantidade necessária, os cientistas usam um
copo com água e uma fita de papel. O objeto é colocado dentro de caixas com
mosquitos. A partir daí, as fêmeas começam a depositar ovos, próximo da água.
Em dois ou três dias, o papel é preenchido com cerca de três mil a cinco mil
ovos. Depois, é só deixar secar, colocar em envelopes e enviar para o Rio de
Janeiro.
Lá, as pesquisas já estão sendo feitas em
campo. Os primeiros mosquitos com a bactéria foram soltos no fim de
setembro. A intenção é que, aos poucos, eles substituam os que transmitem a doença,
como ocorreu na Austrália. A proposta é soltar cerca de dez mil mosquitos por
semana.
Mas os testes com os mosquitos ainda vão
demorar. A expectativa é que, em Minas, eles só sejam liberados daqui a cinco
anos.
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