Pela primeira vez na história, o país registrou
transmissão do vírus chikungunya em território brasileiro. A febre chikungunya,
conhecida como a "prima da dengue", também é transmitida pelos
mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus.
Segundo informou o Ministério da Saúde, nesta
terça-feira (16), dois casos - de um pai de 53 anos e sua filha de 31 anos - foram
confirmados em Oiapoque (AP); e tudo indica que não são casos importados.
"Como eles não relataram viagem a nenhum país
que tenha transmissão, estamos considerando dois casos autóctones",
afirmou Jarbas Barbosa, secretário de vigilância em saúde do ministério.
Até então, o país tinha sido informado sobre 37
casos "importados", ou seja, em pessoas que foram infectadas no
exterior. Antes de 2014, o Brasil só havia registrado três casos
"importados" da doença, todos em 2010.
Os sintomas de dengue e chikungunya são muito
parecidos, incluindo febre, mal estar, dor de cabeça e dores nas articulações -
no chikungunya, essas dores podem se prolongar por três meses. De acordo com
Barbosa, a febre chikungunya raramente se torna um caso grave, o que pode
acontecer em idosos com comorbidades, como câncer e cardiopatias graves.
Barbosa diz que será difícil conter a infecção pela
doença, o que outros países também não conseguiram - casos já foram registrados
em quase todos os países do Caribe, nos Estados Unidos, na Venezuela, Guiana,
Panamá, além da transmissão já consolidada em países da Ásia e África.
Assim como a dengue, a transmissão dessa febre se
concentra nos verões com chuva, ou seja, entre janeiro e maio no Brasil. E a
prevenção é a mesma, com eliminação de focos de água parada, em que pode haver
reprodução dos mosquitos. Como diferença, o chikkungunya tem apenas um tipo,
enquanto a dengue tem quatro.
Barbosa afirma ser difícil prever o comportamento
do novo vírus no curto prazo. "Em saúde pública, sempre nos preparamos
para o pior cenário. O que é isso no momento? Se houver proliferação de
mosquito, pode haver [muita transmissão]. Pode ser que não ocorra no verão de
2014 para 2015, mas de 2015 para 2016. Mas não vale a pena apostar no
chikungunya."
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