Na maioria das cidades que receberão jogos da
Copa do Mundo, a dengue já tinha ultrapassado seu pico no final de maio. É o
que mostram os dados de um levantamento feito junto às secretarias municipais
da saúde das 12 cidades-sede do Mundial.
"O número de casos de dengue está em
queda. Excepcionalmente, poderia subir mediante uma condição muito favorável de
calor e umidade, mas o pico já foi ultrapassado", diz o infectologista
Marcelo Nascimento Burattini, professor da Faculdade de Medicina da USP e da
Escola Paulista de Medicina (Unifesp).
De acordo com especialistas brasileiros, a
época do Mundial – que inicia nesta quinta-feira (12) e vai até o dia 13 de
julho – é caracterizada por uma queda sazonal do número de infecções por
dengue. Apenas Cuiabá e Distrito Federal ainda registravam aumento no número de
casos no fim do mês passado. Recife também apresentou uma ligeira alta no
número de casos no final de abril, último dado divulgado pela Secretaria
Municipal da Saúde.
"O número de casos de dengue este ano é
baixo em comparação à média dos últimos 5 anos", diz Burattini. Este ano,
as ocorrências no país todo caíram 63,3% em relação ao mesmo período do ano
passado, de acordo com o Ministério da Saúde.
O cenário da dengue nas cidades-sede da Copa do Mundo tem motivado discussões quanto ao risco da ocorrência de surtos no momento em que o país espera receber cerca de 600 mil turistas estrangeiros. A questão foi, inclusive, tema de artigos publicados em revistas científicas internacionais nos últimos meses (leia mais abaixo).
O cenário da dengue nas cidades-sede da Copa do Mundo tem motivado discussões quanto ao risco da ocorrência de surtos no momento em que o país espera receber cerca de 600 mil turistas estrangeiros. A questão foi, inclusive, tema de artigos publicados em revistas científicas internacionais nos últimos meses (leia mais abaixo).
A explicação para a variação do comportamento
da doença nas diferentes regiões é que a transmissão da dengue depende de
fatores locais como temperatura, umidade e presença de focos do mosquito Aedes aegypti. “A dengue, como
outras doenças transmitidas por vetores, tem uma transmissão muito pontual do
ponto de vista geográfico”, diz Burattini.
Entre as 12 cidades-sede, as que tiveram mais
casos de dengue confirmados este ano foram o Distrito Federal, com 7.805 casos
até 31 de maio, e São Paulo, com 6.896 casos até 24 de maio.
A infectologista Nancy Bellei, coordenadora
do comitê de influenza e virologia da Sociedade Brasileira de Infectologia
(SBI), explica que as Regiões Sul e Sudeste devem registrar poucos casos de
dengue durante o Mundial, devido à temperatura mais baixa e o tempo mais seco.
Já nas Regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste, a previsão é mais difícil,
devido à grande variabilidade climática das regiões. “É possível que haja casos
durante a Copa, mas o risco é menor do que o que se imaginava”, diz a
especialista.
O especialista afirma que o pico de casos de
dengue costuma ocorrer entre a 15ª e a 20ª semana do ano. A Copa terá início na
24ª semana de 2014.
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