Demandas "importadas" na área
da saúde de Campinas (SP) causaram atraso na contagem dos casos de dengue
registrados na cidade e, consequentemente, a divulgação de balanço atualizado
da situação da maior epidemia da doença registrada no município. Responsável
pelo relatório, o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), informou que a
notificação de outras doenças nas últimas duas semanas foram colocadas como
prioritárias. O acompanhamento de um nigeriano diagnosticado com malária e a
capacitação da rede para o vírus Chikungunya,
uma espécie semelhante ao vírus da dengue.
As vítimas são um homem de 66 anos,
morador na região sul, que faleceu em 16 de abril, e uma mulher de 37 anos,
residente na região sudoeste, morta em 3 de maio. O número de óbitos pela
doença este ano já chega a cinco em Campinas. Outras seis mortes ainda seguem
em investigação. A Prefeitura também informou que, em 2014, já foram
registrados 36.350 casos de dengue, a maior epidemia na cidade. O balanço
atualizado deve ser divulgado na próxima semana.
Em junho, o Ministério da Defesa
informou que seis militares voltaram da missão de paz no Haiti poderiam ter
contraído o Chikungunya. Segundo o órgão, dos 12 casos suspeitos, seis
se confirmaram, dois foram descartados e os demais ainda estão sendo
investigados. De acordo com a diretora da Vigilância em Saúde de Campinas,
Brigina Kemp, o município foi notificado sobre dois casos importados e iniciou
trabalho de identificação de áreas de risco e controle de vetores no entorno do
batalhão onde eles permaneceram após o retorno ao Brasil.
Já na quinta-feira (26), um paciente da
Nigéria foi diagnosticado com malária, segundo a Prefeitura. Campinas é subsede
da seleção africana na Copa do Mundo e, de acordo o epidemiologista do Devisa
André Ribas Freitas, o homem de 34 anos viajou para acompanhar o Mundial. O
paciente foi internado em um hospital particular e até o início da noite seguia
na unidade médica com o quadro de saúde estável.
A doença foi diagnosticada por meio de
exames laboratoriais. Segundo Freitas, a doença não é transmitida de uma pessoa
para outra, mas pelo mosquito Anopheles, que não é encontrado na cidade.
"É um mosquito que não existe em meio urbano no Brasil", explica o
epidemiologista. De acordo com ele, não há risco de transmissão da doença para
outras pessoas. Inicialmente, a suspeita era de que o estrangeiro pudesse
ter contraído dengue na cidade. A Prefeitura informou que acompanha o caso por
meio do Devisa e que hospital e paciente foram orientados.
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