A família de William Gabriel Ferreira da Silva Gomes, de 9 anos, que morreu em novembro no hospital PAPI, na zona Leste de Natal, pretende pedir um novo exame para saber as causas da morte da criança. Um laudo necroscópico entregue no início do mês pelo Instituto Evandro Chagas, do Pará, indicou que uma dengue hemorrágica matou o menino, no entanto os familiares da vítima continuam acreditando que uma superdosagem de medicamentos complicou o quadro clínico de William Gabriel.
"Meu filho morreu no dia 21 de novembro e no dia anterior, quando ele começou a sangrar pela boca, fizeram um exame de dengue e não deu nada. Como é que depois quase três meses dizem que o menino faleceu de dengue?", questiona a mãe Francisca Aparecida Ferreira da Silva, que discorda do resultado do laudo do instituto. "O hospital tem que se responsabilizar pelo que fez. A pretensão é fazer um novo exame. Não vamos deixar por isso mesmo. Imagine perder um filho e não saber porque ele morreu. A dor é grande", diz.
Apesar da posição da família, a delegada Rossana Pinheiro, que investiga o caso na 1ª Delegacia de Polícia Civil, explica que tanto os depoimentos quanto os laudos anexados ao processo indicam que a causa da morte foi mesmo dengue hemorrágica. "O que está nos autos converge com a morte por dengue hemorrágica. Sobre o exame feito no hospital ao qual tivemos acesso, o resultado foi considerado sugestivo de dengue, mas não conclusivo. O conclusivo foi emitido pelo Instituto Evandro Chagas, que é uma referência na área", relata a delegada.
Ainda segundo Rossana Pinheiro, os profissionais ouvidos afirmam que o menino morreu sem apresentar sintomas da dengue, como febre. "A dengue hemorrágica pode matar em até 24 horas sem a manifestação do sintomas. São casos em que o sistema imunológico está muito abalado, conforme me disseram os médicos", conta.
Quanto ao infectologista de quem a família ouviu hipótese de superdosagem de medicamentos, a delegada informou que o profissional confirmou o parecer inicial de que poderia ter havido uma hepatita medicamentosa. Porém, após ver o laudo do Instituto Evandro Chagas, o infectologista chegou à conclusão que o diagnóstico de dengue hemorrágica estava correto.
Rossana Pinheiro chegou a solicitar uma junta médica ao Conselho Regional de Medicina (CRM), mas teve o pedido negado. "O CRM me informou que só pode formar uma junta médica mediante determinação judicial", explica. A delegada concluiu a fase de depoimentos e agora trabalha para remeter o processo ao Ministério Público Estadual.
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