Calor, chuva, água parada. Cenário ideal para as
larvas do mosquito transmissor da dengue se proliferarem e as cidades terem
novamente de conviver com epidemia da doença. Só no ano passado, a dengue
atingiu cerca de 208 mil pessoas no estado de São Paulo e as prefeituras já se
preparam para este ano.
Até mesmo municípios que não registraram quantidade
expressiva de casos no ano passado (veja tabela ao lado) estão em alerta. É o
caso, por exemplo, de São Bernardo. A cidade teve 236 casos de dengue no
ano passado e colocou no começo deste ano 1,1 mil agentes nas ruas.
Estudo feito pelo Ministério da Saúde no final de
2013 colocou em alerta mais de 600 cidades. Foi levada em conta a incidência de
focos do mosquito Aedes aegypti.
Bauru e Rio Preto são exemplos de cidades que estão na lista de risco. No ano
passado, Bauru registrou a maior epidemia da doença da história, com mais de 7
mil casos. Rio Preto foi a cidade que teve maior número de casos em todo o
Estado. Superou 18 mil e o município registrou nove mortes. A prefeitura da
cidade gasta R$ 16 milhões para recolher 450 toneladas por dia de entulhos
que podem virar foco de dengue.
Com cerca de 7 mil casos também no ano passado,
Campinas está em alerta. No começo do ano passado, o município recorreu até à
ajuda do Exército para combater criadouros.
Fora da lista de risco oficial, Jundiaí lançou no
final de 2013 campanha de alerta. Já Sorocaba está em alerta máximo também. A
cidade teve, de 2012 para 2013 impressionante aumento de 2.780 %. Pulou de 25
casos para 720. A previsão é de novo aumento neste ano. De acordo com o
Ministério da Saúde, a recomendação é que ao sentir sintomas de dengue, como
dor nas articulações, a pessoa deve buscar ajuda médica. E é crucial combater
focos dentro de casa.
O motivo de temor de prefeituras sobre epidemia de
dengue é em função do tipo de vírus da doença que circula no Estado, e também
em todo país. A dengue é classificada em quatro tipo de vírus. Uma pessoa que
pega o vírus tipo 1, por exemplo, só vai pegar a doença de novo, se pegar outro
tipo de vírus. Dessa forma, apesar de boa parte de moradores estarem “imunes” a
um tipo de vírus, ficam vulneráveis a outros.
A dengue hemorrágica é grave. Com ela surgem
manchas vermelhas na pele e sangramentos, como na gengiva. Ainda há situação
mais grave de “choque da dengue”, caracterizada por queda abrupta na
pressão, palidez e até alterações neurológicas, que podem ser delírio,
sonolência e casos de coma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário