O agente de combate a endemias percorreu as ruas do
bairro Chácara das Pedras, em Porto Alegre, na manhã de quinta-feira, dia 13.
Devidamente identificado, o rapaz foi conduzido até
a casa de Daiane, uma quadra adiante, para conferir se os mosquitinhos que ela
mesma tinha guardado em um pote transparente eram ou não da dengue.
A confirmação de que se trata ou não do Aedes aegypti depende da análise
laboratorial. A visita do agente é apenas de orientação, para banir possíveis
focos do mosquito. No pequeno reservatório de uma fonte desativada no jardim,
Santos coletou a primeira amostra de uma larva suspeita.
No pátio, ele mesmo despejou água corrente nos
ralos e colocou clorofila em todos eles. Também conferiu se as pastilhas de
cloro estavam em quantidade adequada na piscina. Pediu uma escada para ver se
não havia nada na calha. A cada passo, a moradora recebia uma orientação para
manter a prevenção em dia.
“São ações muito simples. Se isso for feito uma vez
por semana, já afasta o risco,” ensina Santos.
O interesse de Daiane pelas lições do agente,
porém, é exceção. De todas as investidas da equipe de combate à dengue em Porto
Alegre, 40% esbarram na resistência dos moradores, que não permitem a entrada
do agente, ou as residências estão fechadas, informa a coordenadora do Controle
Operacional de Dengue, Maria Mercedes Bendati.
“As pessoas cobram ação do poder público, mas elas
precisam fazer sua parte para controlar a infestação. É muito importante deixar
o agente entrar e manter as rotinas de prevenção depois que ele vai embora,”
reforça a chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual
da Saúde – SES, Marilina Bercini.
Segundo ela, a dengue está sob controle no Estado,
ainda que o número de casos confirmados tenha avançado em fevereiro: foram
68, contra 37 no mês anterior. O último balanço da SES, divulgado na
terça-feira, contabiliza 106 casos de dengue, sendo 30 autóctones, 25 deles
contraídos em Porto Alegre.
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