domingo, 17 de março de 2013

Nova tecnologia no controle do Aedes aegypti (moto com UBV)



Uma nova arma contra a dengue chega a locais de difícil acesso. Uma pequena empresa do Rio de Janeiro desenvolveu um equipamento que, adaptado a uma moto, combate pragas, como o mosquito da dengue. A empresa recebeu consultorias e subsídios para aprimorar o sistema e, atualmente, segue todos os padrões da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A moto adaptada faz a pulverização de inseticida em becos, terrenos baldios e ruas estreitas. O equipamento para combater o Aedes aegypti e outras pragas foi criado pelo engenheiro mecânico Marcius Costa. Ele e o sócio, Marcelo Monteiro, desenvolveram o sistema em 2008.

“O Sebrae foi um parceiro nosso desde o início da tecnologia. Eles até ajudaram o processo de incubação da nossa empresa, a nossa empresa foi incubada numa universidade para a gente ter mais acesso à mão de obra técnica para o desenvolvimento. Então, o Sebrae, desde a introdução no mercado, dessa parte tecnológica, quanto no apoio das pesquisas, da patente, na parte dos advogados para busca da tecnologia”, comenta Marcius Costa.

“O equipamento tem um computador que faz a injeção eletrônica. Ele pega o líquido e injeta numa cápsula de combustão instalada no escapamento. Ele não tem um motor secundário. Ele utiliza a própria temperatura e compressão do motor para fazer o processo de termonebulização, transformar um líquido em gasoso”, explica o empresário.

São três as formas de comercialização do produto: a empresa vende a moto com o kit instalado, só o kit ou aluga o equipamento completo. O piloto tem que usar equipamentos de proteção, ter treinamento especial e respeitar os horários de aplicação.

O equipamento dos empresários Marcius Costa e Marcelo Monteiro que combate o mosquito causador da doença na fase adulta é mais barato que o “fumacê” com o veículo convencional. O tanque de 25 litros garante 3 horas e 20 minutos de pulverização. Se comparada ao carro “fumacê” tradicional, a motocicleta é menos poluente, tem baixo custo de manutenção e gasta pouco combustível.

O aparelho também é eficaz no combate aos mosquitos transmissores de outras doenças como malária e febre amarela. Mesmo assim, ele não substitui a prevenção. Em 2012, a empresa faturou R$ 1,2 milhão, o mesmo valor do investimento total do negócio. Marcius Costa quer agora vender o equipamento para o setor agrícola. A motocicleta é uma boa opção para a aplicação de inseticida em plantações com passagens estreitas e terrenos irregulares.

“A gente está oferecendo para os órgãos governamentais um equipamento de baixo custo e de grande eficácia para as áreas de difícil acesso no combate a vetores. E já começamos a exportar. Estamos exportando para Angola e estamos buscando Índia, México e República Dominicana no momento”, comenta Costa.
 


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