Uma nova arma contra a dengue chega a locais
de difícil acesso. Uma pequena empresa do Rio de Janeiro desenvolveu um
equipamento que, adaptado a uma moto, combate pragas, como o mosquito da
dengue. A empresa recebeu consultorias e subsídios para aprimorar o sistema e,
atualmente, segue todos os padrões da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A moto adaptada faz a pulverização de
inseticida em becos, terrenos baldios e ruas estreitas. O equipamento para
combater o Aedes aegypti e
outras pragas foi criado pelo engenheiro mecânico Marcius Costa. Ele e o sócio,
Marcelo Monteiro, desenvolveram o sistema em 2008.
“O Sebrae foi um parceiro nosso desde o
início da tecnologia. Eles até ajudaram o processo de incubação da nossa
empresa, a nossa empresa foi incubada numa universidade para a gente ter mais
acesso à mão de obra técnica para o desenvolvimento. Então, o Sebrae, desde a
introdução no mercado, dessa parte tecnológica, quanto no apoio das pesquisas,
da patente, na parte dos advogados para busca da tecnologia”, comenta Marcius
Costa.
“O equipamento tem um computador que faz a
injeção eletrônica. Ele pega o líquido e injeta numa cápsula de combustão
instalada no escapamento. Ele não tem um motor secundário. Ele utiliza a
própria temperatura e compressão do motor para fazer o processo de
termonebulização, transformar um líquido em gasoso”, explica o empresário.
São três as formas de comercialização do
produto: a empresa vende a moto com o kit instalado, só o kit ou aluga o
equipamento completo. O piloto tem que usar equipamentos de proteção, ter
treinamento especial e respeitar os horários de aplicação.
O equipamento dos empresários Marcius Costa e
Marcelo Monteiro que combate o mosquito causador da doença na fase adulta é
mais barato que o “fumacê” com o veículo convencional. O tanque de 25 litros
garante 3 horas e 20 minutos de pulverização. Se comparada ao carro “fumacê” tradicional,
a motocicleta é menos poluente, tem baixo custo de manutenção e gasta pouco
combustível.
O aparelho também é eficaz no combate aos
mosquitos transmissores de outras doenças como malária e febre amarela. Mesmo
assim, ele não substitui a prevenção. Em 2012, a empresa faturou R$ 1,2 milhão,
o mesmo valor do investimento total do negócio. Marcius Costa quer agora vender
o equipamento para o setor agrícola. A motocicleta é uma boa opção para a
aplicação de inseticida em plantações com passagens estreitas e terrenos
irregulares.
“A gente está oferecendo para os órgãos
governamentais um equipamento de baixo custo e de grande eficácia para as áreas
de difícil acesso no combate a vetores. E já começamos a exportar. Estamos
exportando para Angola e estamos buscando Índia, México e República Dominicana
no momento”, comenta Costa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário