domingo, 10 de março de 2013

Dengue também traz prejuízo econômico



Problema de saúde pública, a dengue afeta muito mais do que a pessoa contaminada pelo vírus, já que a economia da cidade é diretamente abalada pela epidemia da doença. Dados da coordenação do Programa Nacional de Controle da Dengue mostram que o paciente perde, em média, seis dias de trabalho. 

Na sexta-feira, quando Rio Preto registrava 1.604 casos da dengue, 1.270 dessas pessoas contaminadas estavam dentro da faixa etária economicamente ativa, dos 20 aos 69 anos. Com a média de seis dias de afastamento do trabalho, independente de ele ser formal ou não e levando em consideração o índice de desemprego no país (5,5%), pode-se considerar que já são 7.200 dias de perdas sociais e econômicas, só este ano. Os dados são extra-oficiais, já que não há levantamento oficial sobre o assunto.    

O jornalista e empresário Jerryer Nunes, 32 anos, deixaram os compromissos profissionais durante uma semana. Os sintomas da dengue surgiram na quinta-feira, dia 28, e ele só voltou a atender os clientes, na quinta, dia 7. Não sabe dimensionar os prejuízos, mas afirma que houve uma perda econômica significativa.

Jerryer tinha reunião no dia em que ficou doente, um evento na sexta e uma viagem de negócios no final de semana. Todos os compromissos do começo da semana passada foram desmarcados. “Em função da dengue eu não pude trabalhar. Tive indisposição, dor no corpo, vômitos, calafrios e coceira. É impossível trabalhar assim”, afirma.

Os irmãos Matheus, 21, e Leonardo Covre, 18, também deixaram o trabalho por causa da dengue. Os sintomas aparecerem no final da semana passada e o retorno às atividade só deve acontecer nesta semana. “Ainda me sinto mal e espero conseguir voltar à empresa na segunda”, disse Leonardo, na sexta.

Os prejuízos com a doença são bem maiores do que o imaginado. Estudo da Universidade Brandeis, nos Estados Unidos, aponta que a dengue causa prejuízo anual de R$ 3,5 bilhões nas Américas. Desse ônus, 60% é por custos indiretos. A pessoa deixa de ir trabalhar e diversos setores da economia são atingidos.  

No ano passado, só com internações, o Ministério da Saúde gastou R$ 16,2 milhões. Repassou ainda R$ 1,73 bilhão para custear as ações de vigilâncias dos estados e municípios.  Este ano, nessas mesmas ações investiu R$ 173,3 milhões, em janeiro, fevereiro e começo de março. 

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