Problema de
saúde pública, a dengue afeta muito mais do que a pessoa contaminada pelo
vírus, já que a economia da cidade é diretamente abalada pela epidemia da
doença. Dados da coordenação do Programa Nacional de Controle da Dengue mostram
que o paciente perde, em média, seis dias de trabalho.
Na
sexta-feira, quando Rio Preto registrava 1.604 casos da dengue, 1.270 dessas
pessoas contaminadas estavam dentro da faixa etária economicamente ativa, dos
20 aos 69 anos. Com a média de seis dias de afastamento do trabalho,
independente de ele ser formal ou não e levando em consideração o índice de
desemprego no país (5,5%), pode-se considerar que já são 7.200 dias de perdas
sociais e econômicas, só este ano. Os dados são extra-oficiais, já que não há
levantamento oficial sobre o assunto.
O jornalista
e empresário Jerryer Nunes, 32 anos, deixaram os compromissos profissionais
durante uma semana. Os sintomas da dengue surgiram na quinta-feira, dia 28, e
ele só voltou a atender os clientes, na quinta, dia 7. Não sabe dimensionar os
prejuízos, mas afirma que houve uma perda econômica significativa.
Jerryer
tinha reunião no dia em que ficou doente, um evento na sexta e uma viagem de
negócios no final de semana. Todos os compromissos do começo da semana passada
foram desmarcados. “Em função da dengue eu não pude trabalhar. Tive
indisposição, dor no corpo, vômitos, calafrios e coceira. É impossível
trabalhar assim”, afirma.
Os irmãos
Matheus, 21, e Leonardo Covre, 18, também deixaram o trabalho por causa da
dengue. Os sintomas aparecerem no final da semana passada e o retorno às
atividade só deve acontecer nesta semana. “Ainda me sinto mal e espero
conseguir voltar à empresa na segunda”, disse Leonardo, na sexta.
Os prejuízos
com a doença são bem maiores do que o imaginado. Estudo da Universidade
Brandeis, nos Estados Unidos, aponta que a dengue causa prejuízo anual de R$
3,5 bilhões nas Américas. Desse ônus, 60% é por custos indiretos. A pessoa
deixa de ir trabalhar e diversos setores da economia são atingidos.
No ano
passado, só com internações, o Ministério da Saúde gastou R$ 16,2 milhões.
Repassou ainda R$ 1,73 bilhão para custear as ações de vigilâncias dos estados
e municípios. Este ano, nessas mesmas ações investiu R$ 173,3 milhões, em
janeiro, fevereiro e começo de março.
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