Autoridades epidemiológicas
da Flórida aguardam a autorização do governo dos Estados Unidos para realizar a
experiência de liberar centenas de milhares de mosquitos geneticamente
modificados, com o objetivo de combater o mosquito Aedes aegypti,
transmissor da dengue.
O governo local acreditava que a doença estava erradicada da região. No entanto, entre 2009 e 2010, surgiram 93 casos de contaminação.
Se autorizado pela agência
americana Food and Drug Administration (FDA), encarregada de regular alimentos
e remédios no país, será a primeira experiência deste tipo nos EUA.
Ela consiste na liberação
de mosquitos geneticamente modificados, técnica feita pela empresa britânica
Oxitec. Os insetos são machos e transmitiriam para as fêmeas durante a
reprodução um gene defeituoso, capaz de matar toda a sua descendência. A ideia
é que os filhotes morram antes de se reproduzir, reduzindo o risco de aumento
nos casos de dengue.
Em setembro deste ano, a
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou que vai testar no Rio de Janeiro um
novo método de controle da dengue, inédito no país. O projeto "Eliminar a
Dengue: Desafio Brasil" vai usar bactérias do gênero Wolbachia, que
impedem que o mosquito Aedes aegypti transmita o vírus da doença.
A técnica foi desenvolvida
na Austrália. Por meio de microinjeções, os ovos dos mosquitos transmissores da
dengue são contaminados com a bactéria. Ela compete por nutrientes com o vírus,
e leva a melhor, impedindo que a dengue se desenvolva no mosquito e,
consequentemente, que ela seja transmitida ao ser humano.
A bactéria é típica dos
invertebrados e encontrada em 70% dos insetos do mundo, como borboletas e
pernilongos. O Aedes aegypti não está nesse grupo.
As fêmeas infectadas com a
Wolbachia sempre geram filhotes com a bactéria na reprodução. No cruzamento,
não importa se o macho possui ou não o micro-organismo. Caso um macho
contaminado cruze com uma fêmea sem Wolbachia, os óvulos fertilizados morrem.
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