segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Vacina natural para mosquitos da dengue


Um grupo de cientistas de cinco países apresentou nesta segunda-feira uma nova estratégia "natural" de combate ao vírus da dengue que será utilizada no Brasil e consiste em introduzir uma bactéria nos mosquitos para inibir o contágio da doença.

O objetivo do programa é frear a transmissão do vírus nas populações de mosquitos Aedes aegypti, introduzindo uma bactéria chamada Wolbachia que é encontrada de forma natural em insetos.

Os cientistas, procedentes do Brasil, da Austrália, da China, da Indonésia e do Vietnã, garantiram ter descoberto em testes de laboratório que quando a Wolbachia é introduzida nos mosquitos funciona como uma "vacina" que "bloqueia a multiplicação do vírus dentro do inseto".

O projeto "Eliminar a Dengue: Desafio Brasil", apresentado no 18º Congresso Internacional de Medicina Tropical e Malária, realizado no Rio de Janeiro, faz parte do programa internacional "Eliminar a Dengue: Nosso Desafio" que aborda de "forma natural" o controle da doença.

A nova medida que chega neste ano ao Brasil já está em fase de testes na Austrália, no Vietnã e na Indonésia, e se apresenta como uma alternativa ao uso de inseticidas.

A expectativa é que, com o passar do tempo a maior parte da população local de mosquitos tenha a Wolbachia e seja incapaz de transmitir dengue.

No Brasil o projeto está em sua primeira fase, desenvolvida em laboratório, mantendo colônias de mosquitos com Wolbachia que são cruzados com os Aedes aegypti.

"Agora estamos no início, mas esperamos que em alguns anos haja um resultado positivo que possa ser comemorado", afirmou em uma nota secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.

Segundo dados do governo, foram registrados 286.011 casos de dengue entre janeiro e abril de 2012 em todo o país.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que entre 50 e 100 milhões de pessoas no mundo todo sejam infectadas pela dengue a cada ano.

Cerca de 500 mil casos precisam de hospitalização, sendo que 2,5% morrem em consequência da doença.

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