De acordo com um estudo publicado nesta terça-feira,
11, pela revista médica The Lancet, uma vacina desenvolveu, pela primeira vez,
eficácia parcial contra a dengue, doença que infecta todos os anos até 100
milhões de pessoas, das quais meio milhão, sobre tudo crianças, desenvolvem a
forma hemorrágica, que pode ser letal.
A "vacina candidata", desenvolvida pela
companhia farmacêutica francesa Sanofi Pasteur, demonstrou eficácia de 30,2% em
um teste de fase 2, realizado com 4 mil crianças da Tailândia.
O resultado pode parecer tímido, mas até hoje não
há nem vacina, nem tratamento específico contra a dengue, provocada por um
vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, endêmica em todas as regiões
tropicais e subtropicais do planeta.
Entretanto, no primeiro momento, o teste (objeto de
um primeiro comunicado da empresa farmacêutica em julho) se revelou
decepcionante, com uma taxa de eficácia "menor do que a projetada",
segundo o artigo.
Mas, em seguida, os pesquisadores se deram conta de
que a vacina candidata, denominada "CYD-TDV", tinha sido
perfeitamente eficaz contra três dos quatro subtipos do vírus.
Assim, a taxa de eficácia foi estabelecida entre
60% e 90% para os sorotipos DEN-1, DEN-3 e DEN-4. Apenas o vírus do sorotipo
DEN-2 "resiste aos efeitos da vacina".
Enquanto aguarda, a Sanofi iniciou um teste mais
amplo, agora com mais de 30 mil voluntários, em seu estudo de fase 3. Os
voluntários foram recrutados em dez países de Ásia e América Latina.
O objetivo é testar a mesma "vacina
candidata" em "diferentes contextos epidemiológicos" com a
esperança de evidenciar um "benefício significativo".
Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde
(OMS), entre 50 e 100 milhões de pessoas são infectadas todos os anos com o
vírus da dengue, das quais 500.000, sobretudo crianças, desenvolvem a forma
hemorrágica, que costuma exigir hospitalização e ser fatal em 2,5% dos casos,
em média.
"A incidência da dengue avançou de forma
espetacular" nos últimos anos, reporta a OMS, destacando um aumento
preocupante das transmissões em áreas urbanas e a expansão para áreas mais
temperadas, como a Europa.
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