terça-feira, 11 de setembro de 2012

Vacina: eficácia contra dengue ainda é parcial



De acordo com um estudo publicado nesta terça-feira, 11, pela revista médica The Lancet, uma vacina desenvolveu, pela primeira vez, eficácia parcial contra a dengue, doença que infecta todos os anos até 100 milhões de pessoas, das quais meio milhão, sobre tudo crianças, desenvolvem a forma hemorrágica, que pode ser letal.

A "vacina candidata", desenvolvida pela companhia farmacêutica francesa Sanofi Pasteur, demonstrou eficácia de 30,2% em um teste de fase 2, realizado com 4 mil crianças da Tailândia.

O resultado pode parecer tímido, mas até hoje não há nem vacina, nem tratamento específico contra a dengue, provocada por um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, endêmica em todas as regiões tropicais e subtropicais do planeta.

Entretanto, no primeiro momento, o teste (objeto de um primeiro comunicado da empresa farmacêutica em julho) se revelou decepcionante, com uma taxa de eficácia "menor do que a projetada", segundo o artigo.

Mas, em seguida, os pesquisadores se deram conta de que a vacina candidata, denominada "CYD-TDV", tinha sido perfeitamente eficaz contra três dos quatro subtipos do vírus.

Assim, a taxa de eficácia foi estabelecida entre 60% e 90% para os sorotipos DEN-1, DEN-3 e DEN-4. Apenas o vírus do sorotipo DEN-2 "resiste aos efeitos da vacina".

Enquanto aguarda, a Sanofi iniciou um teste mais amplo, agora com mais de 30 mil voluntários, em seu estudo de fase 3. Os voluntários foram recrutados em dez países de Ásia e América Latina.

O objetivo é testar a mesma "vacina candidata" em "diferentes contextos epidemiológicos" com a esperança de evidenciar um "benefício significativo".

Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 50 e 100 milhões de pessoas são infectadas todos os anos com o vírus da dengue, das quais 500.000, sobretudo crianças, desenvolvem a forma hemorrágica, que costuma exigir hospitalização e ser fatal em 2,5% dos casos, em média.

"A incidência da dengue avançou de forma espetacular" nos últimos anos, reporta a OMS, destacando um aumento preocupante das transmissões em áreas urbanas e a expansão para áreas mais temperadas, como a Europa.

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