O erro de diagnóstico que pode ter contribuído
para a morte por dengue do pequeno Rafael Wanderson de Castro, 9 anos,
reacendeu a discussão em torno da dificuldade de detectar a doença. O menino
morreu dia 3 de fevereiro no Hospital Estadual Rocha Faria, em Campo Grande, e
o óbito foi atestado como causado por meningite. “A dengue é causada por um
vírus e, por isso, suas manifestações podem ser confundidas com outras viroses,
como meningite, leptospirose e até gripe”, afirma o infectologista da UFRJ,
Edimilson Migowski.
Segundo o especialista, por mais que existam
semelhanças, alguns aspectos relacionados ao comportamento das infecções no
corpo são essenciais para fechar o diagnóstico. A meningite e a leptospirose,
por exemplo, são doenças cujos sintomas são graves logo no início.
“A dengue começa a se agravar a partir do quarto dia. É quando os sinais ficam mais agudos. As outras duas já no primeiro dia têm sintomas mais pesados”, explica.
Já a gripe apresenta os chamados “sintomas respiratórios”: coriza, tosse, dor na garganta. “A dor na garganta pode até aparecer levemente na dengue, mas os outros sintomas, não. Costumamos dizer que a dengue é como uma gripe seca”, disse.
Além disso, para melhorar o diagnóstico, é preciso que se analise outros fatores relacionados ao paciente, como histórico familiar e epidemiológico. “Se vizinhos tiveram dengue, por exemplo, é bem provável que o paciente também tenha a doença. Além disso, o médico deve sempre pedir exames de sangue”, orienta Migowski.
A Secretaria Municipal de Saúde negou as denúncias dos moradores. Segundo o órgão, Guaratiba recebeu fumacê, que combate o mosquito adulto, no final de dezembro por seis semanas. Além disso, a secretaria afirmou que dez agentes de saúde atuam no local e que, em dezembro, eles realizaram vistoria em imóveis e eliminaram focos do Aedes aegypti.
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