terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Mosquito da dengue está cada vez mais resistente


Pesquisa realizada pela Unesp de Botucatu mostra que o uso excessivo de inseticidas, tanto os aplicados pelas prefeituras quanto os caseiros, podem causar uma resistência genética no mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, contra seus efeitos.

O estudo coletou larvas e mosquitos de sete cidades paulistas, entre as quais Rio Preto, com diferentes níveis de incidência de casos de dengue. A pesquisa  de campo também foi feita pela universidade em Araçatuba, Presidente Prudente, Marília, Campinas, São Sebastião e Santos.

Foi realizado um mapeamento genético de 95 mosquitos nascidos nos diferentes municípios selecionados. Também foi feito um estudo de como o organismos das larvas reage ao inseticida. Foram cerca de 150 larvas vindas de cada cidade. Ao analisar o organismo delas descobriu-se que as mais resistentes ao inseticida mostravam maior atividade das enzimas do grupo das esterases, capazes de neutralizar o veneno.

Já na fase de mapeamento, cada grupo de mosquitos mostrou um material genético muito variado, o que significa que há pouca mistura entre suas diferentes populações. As diferenças genéticas também apontam que o inseto desenvolve resistência ao inseticida dependendo da sua exposição ao veneno. “O importante é saber usar o inseticida de forma moderada aliado a alguns cuidados como não deixar água parada”, diz a pesquisadora Maria de Lourdes da Graça Macoris, coordenadora do estado.

Atualmente a Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) verifica a resistência dos insetos a venenos usados pelas prefeituras. Sempre que é detectado um índice de resistência alto, o veneno é substituído. Em Rio Preto isso já aconteceu. Em 2003 o inseticida piretróide foi trocado pelo organofosforado, utilizado até hoje.

O índice mede a densidade larvária do Aedes aegypti e direciona as ações de campo no controle e prevenção da dengue. O Breteau é realizado todos os anos, sempre nos meses de janeiro, julho e outubro.

Os principais tipos de criadouros encontrados são garrafas, pneus, vasos e pratos de plantas. Para que o índice seja medido com sucesso é importante que os agentes de saúde sejam recebidos nas casas de toda a cidade.


Nenhum comentário:

Postar um comentário