Diante da possibilidade de uma das maiores epidemias de dengue no próximo verão, no estado do Rio, especialistas demonstram preocupação com as crianças. Segundo o coordenador da área de medicina intensiva do Instituto D'or e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, Fernando Bozza, menores de 15 anos não estão imunes aos vírus que devem circular no período.
"A preocupação para essa epidemia é a população pediátrica. Observamos ao longo dos últimos anos, especialmente a partir de 2008, um agravo significativo de casos graves nesse grupo. Pensando no pior cenário, de 1 milhão de doentes, é preocupante porque o número de leitos pediátricos é bastante limitado", alertou o médico, durante entrevista na 6ª Jornada Rede D'or.
Indivíduos nascidos depois de 1986 nunca foram expostas aos vírus tipo 1 - que chegou ao Rio em 1986 - e ao tipo 4, novidade para todos os residentes, em 2012. Em 2002 e em 2008, circularam as variações tipo 2 e tipo 3, imunizando boa parte da população, mas que ainda podem deixar vítimas. "Vivemos no Brasil uma situação que é chamada hiperendêmica.
“Temos a circulação de três sorotipos, praticamente, no país inteiro”, explicou Bozza. "A circulação depende da quantidade de pessoas que não são imunes àquela variedade. Quem teve dengue tipo 1 em 1986 está imune a essa variação, mas não ao tipo 4. As crianças não são imunes a nenhum dos dois".
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