Um estudo acadêmico afirma que o Brasil tem melhorado o controle de doenças infecciosas, mas classifica a dengue como um dos poucos fracassos. "O cenário para o controle dessa doença não é estimulante", diz o estudo "Sucessos e fracassos no controle de doenças infecciosas no Brasil: o contexto social e ambiental, políticas, intervenções e necessidades de pesquisas". O texto foi escrito por seis pesquisadores - entre eles, o professor Mauricio L. Barreto, do Instituto de Saúde Coletiva e da Universidade Federal da Bahia - e publicado na revista científica "The Lancet", lançada na segunda-feira em evento na sede da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), em Brasília.
A redução da densidade do (mosquito) Aedes aegypti, elo principal da cadeia de transmissão, ainda permanece como um desafio. Mesmo com investimento de mais de meio bilhão de dólares (cerca de R$ 900 milhões) por parte do governo a cada ano para o controle do mosquito, não se tem alcançado redução da densidade vetorial capaz de limitar ou reduzir a expansão da dengue, de forma sustentada, atestam os pesquisadores.
O estudo considera a dengue "um importante problema de saúde pública no Brasil". Segundo o texto, a incidência da doença tem aumentado desde 1986, com uma sucessão de epidemias. Além disso, é também preocupante o fato de que uma crescente proporção dos pacientes vem apresentando a forma grave da doença, a febre hemorrágica - 0,06% dos pacientes, nos anos 1990, crescendo para 0,38%, entre 2002 e 2008.
A pesquisa também afirma que "três em cada quatro municípios brasileiros estão densamente infestados mosquito Aedes aegypti, o principal vetor da dengue". Ainda de acordo com o texto, entre 2000 e 2009, 3,5 milhões de casos de dengue foram registrados, 12.625 dos quais eram do tipo dengue hemorrágica, com registro de 845 óbitos.
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