A Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) contesta as informações apresentadas pelo governo federal. Na contramão da tendência nacional, os números de óbitos e de casos graves de dengue confirmados aumentaram de forma preocupante no Ceará, segundo dados do Ministério da Saúde. De janeiro ao início de julho deste ano, a quantidade de mortes cresceu 1.100% em relação ao mesmo período do ano passado, passando de cinco óbitos em 2010 para 60 em 2011.
O número de casos graves confirmados no Ceará também assusta: 582 pessoas contraíram o tipo mais grave da doença neste ano, contra 87 no mesmo período de 2010, o que significa um crescimento de 569%. Enquanto isso, o Brasil registrou queda no número de óbitos e de casos graves, 44% e 45%, respectivamente. Já no Nordeste, a quantidade de óbitos aumentou 26,6% enquanto que os casos graves contabilizados na região diminuíram 23,9%.
Porém, o último boletim da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) traz números diferentes daqueles divulgados pelo Ministério. De acordo com o levantamento, até a última sexta-feira, foram confirmadas 51 mortes por dengue, 350 casos por complicação e 34.649 registros foram confirmados.
A preocupação principal agora é com os casos graves, pois como esta é a quinta epidemia no Ceará em 25 anos, muitas pessoas já tiveram dengue clássica, o que aumenta o risco dos casos de reincidência. “Em 1987, quando houve a primeira epidemia no Ceará, a relação entre casos graves e clássicos era de um para 3.220. Em 2011, essa relação já é de um caso grave para 48 de clássica. E se temos casos mais graves, é maior o risco de morte”.
O Ceará já registra a circulação da dengue tipo 1, 2, 3 e 4. Apesar de um ano de epidemia ser seguido por períodos sem grande incidência da doença, fatores, como a disseminação da dengue tipo 4 ou o aumento da infestação do Aedes aegypti podem provocar uma epidemia.
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