A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança
(CTNBio) aprovou, nesta quinta-feira (8), a liberação comercial da vacina
contra dengue desenvolvida pela farmacêutica Sanofi Pasteur. Esta é uma das
autorizações necessárias para que o produto seja lançado no Brasil. A empresa
ainda aguarda a concessão do registro pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), que está analisando os documentos que foram apresentados
pela farmacêutica em março.
A vacina teve de ser submetida à avaliação da
CTNBio porque contém organismos geneticamente modificados (OGMs): ela combina o
vírus da febre amarela com a parte dos vírus da dengue que provocam a resposta
imune em quem recebe a vacina.
A comissão avaliou o produto apenas no que se
refere à sua biossegurança. Esta foi a primeira vez que a comissão aprovou a
liberação comercial de uma vacina desse tipo para humanos. O pedido de
aprovação da vacina foi submetido à CTNBio em junho e tramitou em regime de
urgência.
De acordo com a médica Sheila Homsani, gerente do
departamento médico da Sanofi Pasteur, a conclusão da análise da vacina pela ANVISA
é esperada para o fim do ano ou início do ano que vem. O produto já foi
submetido à análise de órgãos regulatórios de 20 países, segundo Sheila.
Estudos clínicos demonstraram que a vacina foi
capaz de reduzir em 60,8% o número de casos de dengue em um estudo
que envolveu quase 21 mil crianças e adolescentes da América Latina e Caribe.
Em outro estudo, feito com mais de 10 mil voluntários da Ásia, a vacina
conseguiu reduzir em 56% o número de casos da doença.
Outro estudo, feito a partir de uma análise
combinada dos testes clínicos na Ásia e na América Latina, concluiu que a vacina é mais
eficaz a partir dos 9 anos de idade. A partir dessa faixa etária, a
vacina é capaz de proteger 66% dos indivíduos contra a dengue.
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