Em apenas um ano, a dengue custou ao País cerca de
R$ 2,7 bilhões, mostra estudo publicado na edição de setembro da revista Plos
Neglected Tropical Diseases e apresentada na 17ª Jornada de Imunizações, em
Curitiba.
Com base em dados de 2.035 pacientes infectados
pela doença em 2013, pesquisadores de dez instituições brasileiras e
internacionais calcularam quanto a dengue pode custar para os sistemas de saúde
público e privado e para a população. "Entram nesse custo social gastos
com dias perdidos de trabalho, deslocamento e alimentação para unidades de
saúde e outros encargos", explica João Bosco Siqueira Junior, professor do
Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Goiás (UFGO) e um dos
autores do estudo.
De acordo com a pesquisa, os gastos dos sistemas de
saúde ficam em torno de R$ 1 bilhão por ano, enquanto as despesas indiretas da
população com a doença chegam a R$ 1,7 bilhão. "E temos de lembrar que nem
todas as pessoas com a doença procuram as unidades de saúde. Portanto, o número
de casos e, consequentemente, os gastos devem ser muito maiores", diz o
especialista.
No caso das despesas com saúde, os maiores gastos
são com procedimentos ambulatoriais, que consomem R$ 843 milhões. Os custos com
internações hospitalares são de R$ 172 milhões. Para Siqueira Junior, o governo
federal deve considerar esses gastos para definir a efetividade de futuras
estratégias de combate, como a compra de vacinas contra a dengue, ainda em fase
de aprovação.
"A carga social da doença é muito alta. Esse
valor equivale, por exemplo, ao dobro do que é investido com prevenção da
dengue", diz o pesquisador.
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